Jogadores da seleção brasileira masculina principal divulgaram um manifesto em suas redes sociais, logo após a rodada dupla das Eliminatórias para a Copa do Mundo do Qatar. No documento eles dizem serem contra a realização da Copa América, marcada para começar em quatro dias, no Brasil. Eles usaram os Stories do Instagram para publicação de um texto em que reiteram oposição à competição, mas sem boicote.
"Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à seleção brasileira", pontuaram os convocados, em comunicado após a vitória sobre o Paraguai, por 2 a 0, em Assunção.
A nota dos jogadores do Brasil corrobora o tom de insatisfação com a polarização política da qual a seleção passou a fazer parte desde que o técnico Tite revelou a reunião com o então presidente da CBF, Rogério Caboclo.
"É importante frisar que em nenhum momento quisemos tornar essa discussão política", disseram eles. O grupo não cita diretamente o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), nem a diretoria da CBF, que tem atribuições na organização da competição. A entidade citada é apenas a Conmebol, a confederação sul-americana.
Veja o manifesto na íntegra
"Quando nasce um brasileiro nasce um torcedor. E para os mais de 200 milhões de torcedores escrevemos essa carta para expor nossa opinião quanto à realização da Copa América.
Somos um grupo coeso, porém com ideias distintas. Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil.
Todos os fatos recentes nos levam a acreditar em um processo inadequado em sua realização.
É importante frisar que em nenhum momento quisemos tornar essa discussão política. Somos conscientes da importância da nossa posição, acompanhamos o que é veiculado pela mídia e estamos presentes nas redes sociais. Nos manifestamos, também, para evitar que mais notícias falsas envolvendo nossos nomes circulem à revelia dos fatos verdadeiros.
Por fim, lembramos que somos trabalhadores, profissionais do futebol. Temos uma missão a cumprir com a história camisa verde amarela pentacampeã do mundo. Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à seleção brasileira."