Seja no Flamengo, no Fluminense, no Vasco e agora no Botafogo, Joel Santana coleciona mais do que títulos. Ele é idolatrado e respeitado pelos jogadores. Coisa difícil em uma classe recheada de vaidade.
Entre 2007 e 2008, ganhou na Gávea o apelido de papai Joel. Trocou os filhos rubro-negros pela chance de disputar a Copa do Mundo pela África do Sul. Os maus resultados deram fim à esperança. Retornou ao Brasil desanimado, frustrado. Mas o Alvinegro abriu as portas e devolveu-lhe o sorriso após o título da Taça Guanabara domingo, com a vitória por 2 a 0 sobre o Vasco.
- O título é muito importante para mim porque passei dois anos difíceis, estava chateado com as situações do esporte e o Botafogo me deu a oportunidade.
Só que a situação não era das mais tranquilas. Jogadores e torcida sofriam com a goleada por 6 a 0 para o Vasco. Entrava em ação o bombeiro Joel.
- Quase sempre chego nos clubes com a coisa pegando fogo e tento apagar. Mas não sou bombeiro, tento apenas ajudar ? disse.
Ele se preocupa com a interpretação errada do seu jeito de ser. Há quem veja no ?papai? uma brecha à permissividade e à indisciplina.
- Dizem que Joel é paizão e coloca a mão na cabeça dos jogadores. Mas não é bem assim. Trato bem porque vejo cada um deles como se fossem meus filhos. É o que sempre digo: ?você vai ter a minha confiança até o fim, desde que não me magoe. Por isso, gozo do respeito dos jogadores? ? explicou.
O grupo alvinegro entendeu o recado. Antes da final contra o Vasco, deram ao treinador uma garrafa de champanhe. Agradecimento pela mudança que provocou desde que assumiu o clube.
- Eles viram a minha maneira de ser, de trabalhar. Levo isso de casa, não da faculdade. Não é na base da chibata é na base do respeito. Na vida só se consegue alguma coisa com disciplina ? declarou Joel.