A histórica goleada do Vasco por 6 a 0 em pleno Engenhão, que estragou a estreia de Loco Abreu com a camisa alvinegra, ainda perturba o Botafogo quase oito meses depois do ocorrido, pela Taça Guanabara, primeiro turno do Carioca. A poucos dias da reedição do clássico estadual, desta vez pelo Campeonato Carioca, o técnico Joel Santana admitiu que o resultado ainda incomoda nos lados de General Severiano, mesmo que a situação na tabela entre as equipes seja completamente diferente.
"Um clássico regional é sempre complicado. Ainda mais com o Vasco, que ainda está atravessado na nossa garganta", disse Joel, se referindo ao adversário que somente empatou no Engenhão, no primeiro turno. "Temos obrigação de vencer todos os jogos. Mas o momento é de equilíbrio, tranquilidade", afirmou o ex-comandante da África do Sul.
Curiosamente, o treinador tem forte ligação com o rival de São Januário, time no qual conquistou os primeiros dos muitos títulos cariocas (foi bicampeão em 1992 e 1993) e o único Brasileiro no currículo (2000). a histórica goleada do dia 24 de janeiro, aliás, provocou a a demissão de Estevam Soares e a contratação de Joel.
No início da preparação para o duelo de quarta-feira, o treinador ressaltou a importância de manter o embalo para voltar a perseguir os líderes (atualmente o Botafogo ocupa a quinta posição, com 38 pontos). Ao mesmo tempo, tenta impedir uma reação dos adversários, que estacionaram nos 29, na 12ª colocação. Para isso, torce para o retorno de Jobson, que tem cinco gols no Campeonato Brasileiro e está fora do time desde a contusão no dia 28 de agosto, na derrota para o Internacional, em Porto Alegre.
"Depende da preparação física. Conto com ele se estiver bem. Se estiver recuperado, vamos ver se sai jogando ou não. Mas vou depender das avaliações", disse Joel, fazendo a ressalva de que o importante é ter o jogador até o fim da competição. "O grande problema é colocar o jogador que retornou de lesão muscular e depois perder para os dois meses que são a reta final", lembrou Joel.
Ao mesmo tempo em que pede equilíbrio, Joel assistiiu cena oposta de um de seus pupilos no último sábado, no empate por 2 a 2 com o Cruzeiro. Após cometer um pênalti, o jovem Caio saiu muito vaiado e ainda ofendeu alguns torcedores ao deixar o campo. Neste domingo, pelo Twitter, o jogador pediu desculpas. "Respeito a torcida do Botafogo, e muito. Foram só dois ou três que estavam me xingando muito e eu, de cabeça quente, piorei as coisas. Não vai acontecer de novo", escreveu o atacante, que pode até ser punido pelo gesto.
Diante da polêmica, Joel tratou de acalmar a situação. "Do jeito que era vaiado não ia conseguir jogar mais. Depois do pênalti, ele pegou uma bola na minha frente e tentou resolver sozinho. Não era o dia dele. Preservei o jogador", disse, explicando a substituição.