O técnico Joel Santana chegou e em pouco tempo mudou a cara e o astral do Botafogo. Foram bons resultados e o título da Taça Guanabara, criando uma verdadeira lua de mel entre comissão técnica, jogadores e torcida. Mas, com o primeiro clássico da Taça Rio e a derrota para o Fluminense, a fragilidade do time voltou a ficar exposta. O treinador, no entanto, adota o discurso tranquilizador para colocar panos quentes nas críticas e descarta mudanças na equipe, pelo menos por enquanto.
Na derrota de domingo, as vaias voltaram a aparecer nas arquibancadas, principalmente contra Eduardo. Lucio Flavio também não escapou das críticas. Com a entrada de Edno, os torcedores vibraram. Apesar do título da Taça Guanabara, a torcida deixou claro que não anda nada satisfeita com a escalação do time.
Alguns jogadores que chegaram durante o primeiro turno, como o zagueiro Danny Morais e o volante Sandro Silva, já estão à disposição no banco de reservas, assim como o próprio Edno. Joel Santana, no entanto, mostrou até certa irritação com as cobranças sobre alterações na equipe.
"Titular só tem um, o presidente do clube. Mas vou falar uma coisa. Quem aqui acompanhava o Edno? Tirando um ou dois que veem o futebol paulista, ninguém conhece muito. O Edno chegou ontem, o Sandro chegou ontem. Não posso começar a mexer na equipe de uma hora para outra. Temos um time-base. Não é porque o clube fez uma contratação que preciso colocar na equipe", afirmou o treinador.
Joel sabe que a derrota no clássico aumentará a pressão por mudanças, mas garante que não desistirá tão fácil de suas convicções por fatores externos. A verdade é que ele buscou apoio de alguns jogadores ao chegar ao clube, em meio à crise pela goleada por 6 a 0 para o Vasco. Fez um pacto pela virada na Taça Guanabara e conquistou o título. Mudar os planos repentinamente agora poderia estragar o bom ambiente e fazê-lo perder a confiança do grupo.
Os jogadores ganharam folga na segunda-feira e se reapresentam nesta terça pela manhã, no Engenhão.