O sorriso no rosto ao deixar o hospital Real San José, em Guadalajara, veio recheado de alívio. Depois do desespero ao deixar a quadra imobilizada após choque com a líbero Fabi, na estreia brasileira nos Jogos Pan-Americanos, Jaqueline recebeu alta na manhã deste domingo após exames tranquilizadores. Embora nada mais sério tenha sido constatado, a ponteira, que já havia sido cortada da competição, terá de usar um colar cervical por oito semanas e está fora da Copa do Mundo do Japão, que vale uma vaga para Londres-2012.
Jaqueline deixou seu quarto em uma cadeira de rodas, por conta de uma norma do hospital. Ela, no entanto, já saiu do elevador caminhando, amparada por assessores do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e pelo médico da seleção, Júlio Nardelli. Na saída, acenou e fez sinal de positivo para jornalistas e fotógrafos que esperavam na porta. No braço, carregava um buquê de flores, presente do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.
A jogadora não falou com a imprensa, mas deve fazer uma coletiva nesta segunda-feira. De acordo com João Grangeiro, médico-chefe do COB, Jaqueline vai ficar ao menos mais três dias no hotel, ao lado das outras jogadoras da seleção. Fará novos exames e, então, deverá voltar para o Brasil.
Neste domingo, pela manhã, Jaqueline passou por uma nova ressonância magnética e participou de uma videoconferência com o neurocirurgião Osmar Moraes, que estava em São Paulo e analisou o resultado dos exames.
- Ela está bem. O fato de receber alta hoje foi extremamente positivo. Ficou feliz e satisfeita. O retorno dela ao ambiente das companheiras também vai ser muito bom.Serão oito semanas de tratamento no mínimo. Ela vai ser acompanhada clinicamente. O que tem que haver é a cicatrização dos ligamentos e a consolidação desta fratura. A fratura foi por arrancamento, um movimento brusco da cabeça para trás que acontece muito em acidentes de carro - disse o médico João Grangeiro.
A ponteira sofreu o acidente no início do segundo set. Ela subiu para um bloqueio e, na queda, se desequilibrou. Ao cair no chão, sua nuca foi atingida pela cabeça da líbero Fabi, que tentava salvar a bola com um peixinho.
O Pan segue sendo uma competição ingrata para Jaqueline. Há quatro anos, no Rio de Janeiro, ela foi cortada em cima da hora. Recebeu uma suspensão ao ser flagrada num exame antidoping, com a substância sibutramina.