Isaquias Queiroz entrou, nesta quinta-feira, em uma lista seleta de atletas brasileiros. Em um país em que as conquistas olímpicas não são tão comuns, ele é apenas o quinto homem a conseguir subir ao pódio mais de uma vez na mesma Olimpíada.
O baiano foi o terceiro colocado na prova do C1-200m e conquistou o bronze. Ele já tinha sido vice-campeão e prata da C1-1000m na Rio-2016. O último a conseguir o feito tinha sido o nadador Cesar Cielo, nos Jogos de Pequim-2008, com o ouro dos 50m livre e o bronze dos 100m livre.
Além deles, o também nadador Gustavo Borges (prata nos 200m livres e bronze nos 100m livre em Atlanta-1996) e os atiradores Guilherme Paraense (ouro na pistola militar de 30m e bronze por equipes na pistola livre 50m na Antuérpia-1920) e Afrânio da Costa (prata na pistola livre de 50m e bronze por equipes na mesma prova de Paraense em 1920) conseguiram o feito.
Mas Isaquias quer mais. O brasileiro voltará à Lagoa já nesta sexta-feira para disputar a eliminatória da C2 -1000m ao lado de Erlon de Souza, prova na qual a dupla é a atual campeã mundial. Se conseguir mais uma medalha, Isaquias será o primeiro atleta do país a ter três pódios na mesma edição olímpica.
Isaquias Queiroz já havia entrado para a história do esporte olímpico na última terça-feira como primeiro medalhista de canoagem do Brasil. Na ocasião, ele teve uma disputa remada a remada com o alemão Sebastian Brendel e acabou em segundo na prova que considerava ter menos chances de sair com o ouro.
Na C1-200, especificamente, Isaquias chegou à final como um dos favoritos ao marcar o melhor tempo da história da prova em Jogos Olímpicos durante as semifinais. Porém, ele mesmo disse que precisou se reinventar para disputá-la, já que a largada, um de seus pontos fracos, é fundamental no curto percurso de 200 metros comparado ao de 1000 m. Ele foi bronze no último Mundial nesta mesma categoria.
Três pulmões
Nascido na cidade baiana de Ubaitaba, Isaquias Queiroz começou na canoagem aos 11 anos, apenas um depois de perder um rim após cair da árvore. O próprio canoísta brinca com o passado e diz que no lugar do rim ganhou mais um pulmão para ajudar em seu fôlego nas competições.
Apelidado de “Três pulmões”, Isaquias teve um ciclo olímpico vitorioso e ao mesmo tempo com pequenos sustos. Ganhou dois ouros e três bronzes nos Mundiais da categoria, que poderiam ser mais se não tivesse caído da canoa nos últimos metros da categoria C1-1000m da edição de 2014. Ele liderava a prova.
Já em 2015, o susto foi fora das águas. O atleta capotou o carro quando voltava para a cidade de Ubaitaba. Saiu sem nenhum arranhão e continuou a sua preparação normalmente para fazer história no Rio de Janeiro.