Atual campeão da Copa América e melhor sul-americano no último Mundial, o Uruguai decepcionou, jogo muito mal e perdeu de maneira incrível (3 a 1) para a Costa Rica na abertura do grupo D, considerado o mais difícil da Copa. Com muitos problemas na defesa e um ataque apagado (sem Luis Suarez, que se recupera de cirurgia), os sul-americanos foram engolidos pela Costa Rica no segundo tempo, após abrirem o placar no primeiro.
A derrota já complica a situação do Uruguai na Copa já que seu grupo conta com outros dois campeões mundiais, Inglaterra e Itália que se enfrentam logo mais em Manaus. De cabeça inchada, o time precisará se recuperar de todos os seus erros se não quiser ser eliminado precocemente do Mundial do Brasil. Já a Costa Rica, que vinha como azarão agora já tem esperanças de passar à segunda fase.
Fases do jogo: O Uruguai entrou em campo com praticamente os mesmos jogadores que chegaram à semifinal da Copa há quatro anos, mas essa qualidade técnica não se traduzia em domínio em campo. O time conseguiu respirar um pouco quando Diego Lugano foi agarrado na área, e o juiz marcou pênalti, muito bem cobrado por Edison Cavani. O gol deu mais tranquilidade ao atual campeão da Copa América, mas no segundo tempo tudo mudou.
Disposto a arrancar pontos na estreia, a Costa Rica voltou para o segundo tempo mais acesa e conseguiu dois gols antes dos 15 minutos. Sabendo que uma derrota para o time mais fraco da chave seria uma tragédia, o Uruguai se atirou ao ataque, mas não conseguiu furar a retranca armada pelos rivais. No final, a Costa Rica ainda aumentou o placar com Ureña, que havia acabado de entrar.
O melhor: Campbell. O rodado atacante do Olympiacos de 21 anos (aquele que não achou a própria figurinha no álbum da Copa) correspondeu às expectativas quando foi acionado na área e fez um gol típico de centroavante. Também mostrou sua qualidade com boas tentativas de fora da área.
O pior: Gargano. O volante uruguaio foi um dos grande responsáveis pelo jogo ruim do atual campeão da Copa América. Errou vários passes e fez muitas faltas, além de dar liberdade para Bryan Ruiz, o camisa 10 da Costa Rica.
Chave do jogo: A bola aérea. Depois de um primeiro tempo sem inspiração, o ataque da Costa Rica achou o caminho das pedras para furar a defesa rival: levantamentos na área. Foi com eles que saíram os dois gols da virada em Fortaleza.
Toque dos técnicos: Oscar Tabárez tinha um time de técnica muito superior à do adversário, mas foi incapaz de fazê-lo pressionar os costarriquenhos em seu campo de defesa. Do outro lado, o colombiano Jorge Luis Pinto conseguiu mudar o jogo apenas trocando o posicionamento de seus comandados em campo.
Para lembrar:
Luis Suarez poupado. Recuperando-se de uma cirurgia no joelho, o craque do Uruguai foi poupado para os duelos mais difíceis do grupo da morte. Fez falta, já que o time se ressentiu de uma ligação entre o meio-campo e o ataque. Suarez tem boas chances de voltar à equipe na próxima partida, contra a Inglaterra, quinta-feira no Itaquerão.
Dois pesos, duas medidas. O árbitro Felix Brych acertou ao apitar pênalti em Lugano, que foi agarrado na área durante um levantamento na área, no primeiro tempo. Mas, minutos depois um atacante costarriquenho também foi agarrado na área uruguaia em um lance muito parecido. O juiz nada marcou.
Uruguai frágil pelo alto. A defesa celeste, que tem jogadores altos como Lugano e Godín, sofreu para marcar o jogo aéreo costarriquenho. Qualquer levantamento na área virava um drama. Os dois gols da virada vieram após erros de posicionamento dos defensores do Uruguai.
Torcida "vira a casaca". Antes da partida, o ambiente no estádio Castelão era praticamente todo favorável aos uruguaios que eram a maioria na arquibancada. Mas na medida em que a Costa Rica deu provas de que poderia ganhar, os brasileiros na arquibancada passaram a apoiar o time mais fraco.
URUGUAI 1 X 3 COSTA RICA
Uruguai: Muslera; Maxi Pereira, Lugano, Godín e Cáceres; Gargano (Gonzáles), Arévalo Ríos, Stuani e Cristian Rodríguez (Hernandes); Forlán (Lodeiro) e Cavani
Técnico: Oscar Tabárez
Costa Rica: Navas; Giancarlo González, Umaña e Duarte; Gamboa, Borges, Tejeda (Cubero), Bolaños e Junior Díaz; Bryan Ruíz (Ureña) e Joel Campbell
Técnico: Jorge Luis Pinto
Data: 14/6/2014 - 16h
Local: Castelão (Fortaleza)
Árbitro: Felix Brych (ALE)
Auxiliares: Mark Borsch (ALE) e Stefan Lupp (ALE)
Cartões amarelos: Lugano, Gargano e Cáceres (Uruguai).
Cartão vermelho: Maxi Pereira (Uruguai).
Gols: Cavani, aos 23min do 1º t (Uruguai); Joel Campbell, aos 8min, Duarte aos 12min e Ureña aos 39 do 2º t (Costa Rica)