Se no Brasil a estilista Andrea Marques virou meme com o escrutínio do desenho do uniforme brasileiro para a entrega de medalhas, foi a vez de georgianos e iranianos reprovarem como os atletas nacionais vão representá-los no próximo 5 de agosto.
Quase sete mil georgianos assinaram uma petição online contra o desenho do look olímpico da delegação, assinado pela tradicional manufatureira da moda local, Samoseli Priveli. A raiz do problema está na inspiração no traje nacional Chokha, que há mil anos vestia os cidadãos de casaco de lã de gola alta. Há duas décadas, sob o domínio soviético, o costume sumiu das ruas. Agora, tem ensaiado a volta — nada que justificasse, na opinião dos internautas, tal exposição a um bilhão de pessoas aguardadas em audiência da festa no Maracanã.
Samoseli sustentou que o traje era uma versão moderna do Chokha, um resgate à autêntica cultura do país. Segundo o design original, mulheres portariam vestidos brancos longos sob casacos vermelho escuro — chapéus e bolsas a combinar — e os homens vestiriam ternos pretos com enfeites no mesmo tom de vermelho.
“É uma pena que a época comunista nos fez tão descolados de nossa cultura nativa que tomamos tudo o que é georgiana como algo extraterrestre”, lamentou a estilista em postagem no Facebook.
O estilista Mahnaz Armin tampouco escapou da rejeição na web ao revelar a ideia da roupa da delegação iraniana. No caso dele, repercutiu rapidamente no alto escalão do país: as autoridades afirmaram que vão rever a versão original. O traje, pelo jeito, só agradou aos amantes dos memes, que se apressaram em comparar o desenho às borrachas Pelikan — brincadeira pela qual o ator e apresentador Rambod Javan recebeu 130 mil curtidas no Instagram. Na legenda, uma dose de ironia: “Um grande parabéns para as nossas autoridades pela escolha do design. Nossos atletas se esforçam, alcançam a glória mas são enviados à Olimpíada desse jeito”.