A abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro que aconteceu na noite desta sexta-feira (5) surpreendeu tanto os brasileiros como os estrangeiros. E o espetáculo repercutiu no mundo inteiro.
O “Washington Post” diz em sua chamada que o “Rio traz seu estilo sambista à cerimônia de abertura da Olimpíada de Verão”. O jornal lembra das dificuldades e más notícias nas preparações para os Jogos, mas conclui que “por uma noite, ao menos, o Rio de Janeiro expôs o que faz de melhor. Este é um país especialista em folia, que todos os anos enche suas ruas com uma alegria inebriada, dançarina de quem beija estranhos no Carnaval. A batida do samba, as plumas e lantejoulas, as modelos e atletas: os brasileiros se prepararam para a cerimônia de abertura durante anos”.
O “New York Times” narrou a cerimônia de abertura em tempo real, através de seus enviados especiais ao Rio e espaço para comentários, inclusive com alguns brasileiros explicando a leitores de outros países o contexto de alguns trechos e homenagens.
O texto do jornal sobre a cerimônia, assinado por Simon Romero, afirma que "a cerimônia de abertura dos Jogos disfarçou feridas brasileiras por algumas horas e deixou o país celebrar sua história". Escreve também que "se há uma nação que precisa de um espetáculo inspirador neste momento, mesmo em forma de um exercício de relações públicas, é o Brasil".
Romero cita que o Brasil é o primeiro país sul-americano a receber a Olimpíada, em uma supreendente combinação de turbulência política e instabilidade econômica - sem se esquecer de citar a epidemia do vírus da zika, das águas poluídas e dos cortes no orçamento "tão profundos que as operações básicas tornaram-se tensas".
O correspondente do "New York Times" citou Alberto Santos Dumont como "o aristocrata bon vivant que brasileiros creditam ter inventado o avião" e elogiou o "orçamento-consciente" da cerimônia - que mesmo assim foi de "bom gosto" e "deslumbrante". Ele fez um contraponto com as cerimônias dos Jogos de Verão de Perquim (2008) e de Inverno de Sochi (2014), que China e Rússia usaram como uma "demonstração de força".
O britânico “The Guardian” também optou por uma cobertura em tempo real, e fez uma brincadeira mencionando um dos integrantes do grupo One Direction ao anunciar a entrada da delegação da Grã-Bretanha, “liderada por Andy Murray, o maior britânico vivo (aceite essa, Harry Styles)”.
Em suas considerações finais, o "Guardian" afirmou que a cerimônia da Rio 2016 foi "um interessante contraste com as últimas duas cerimônias de abertura". "O tema de Pequim 2008 foi a China é grande, o de Londres 2012 foi a Grã-Bretanha FOI grande. O tema de hoje? É melhor nós começarmos a fazer algo sobre o meio-ambiente ou nós talvez não tenhamos muitas Olimpíadas para celebrar no futuro".
O jornal citou a imagem do Cristo Redentor com o Maracanã ao fundo e os fogos de artifício iluminando-o: "Que visão". E elogia a "bela escultura giratória" que fica atrás da pira olímpica.
O espanhol “El País” deu destaque em sua manchete para o desfile da delegação de seu país, encabeçada pelo tenista Rafael Nadal, e manteve um link em tempo real com comentários sobre a festa. O jornal publicou ainda uma galeria com fotos da cerimônia, sob o título “As imagens de uma festa em que o Brasil celebra sua diversidade”.
O jornal publicou uma análise afirmando que a cerimônia foi "um êxito para o Brasil", que "deixou de lado as diversas crises que vive o país". Apesar de toda a tensão, "durante mais de três horas, o Brasil se deu um respiro". "A crise política e a recessão econômica ficaram de fora no Maracanã", afirma a análise."Houve orgulho, muito orgulho de ter feito, por parte de um país que tem tido poucos motivos para isso nos últimos meses”.
O texto cita diversas homenagens da cerimônia, como as feitas a Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Athos Bulcão e "o titã da arquitetura" Oscar Niemeyer. "O Brasil demonstrou que tem motivos para o orgulho pátrio".
Os dois principais jornais franceses também acompanham em tempo real a cerimônia de abertura. Em sua página principal, o “Le Monde” destaca o “Pontapé inicial dos Jogos Olímpicos do Rio” e tem um fundo que destaca um atleta no pódio e o Cristo Redentor. O jornal promete ainda uma cobertura “como se você estivesse lá”.
Já o “Le Figaro” destaca a presença de seus correspondentes na Olimpíada e, em seu tempo real, diz que hoje o Maracanã é “o centro do mundo”, afirmando que todos os olhares se voltam para o estádio, que está protegido por um esquema impressionante.