Ao esbravejar contra si próprio após mais um jogo em que o destempero chamou mais a atenção do que a falta de gols, Guerrero evitou um desabafo que, ontem, mais calmo, fez com sutileza, para explicar a sua instabilidade no Flamengo. Segundo o centroavante, o esquema adotado pelo técnico Muricy Ramalho, além das peças que formam o ataque, lhe fazem jogar menos como homem de área, já que precisa recuar para buscar tabelas e ficar longe do gol.
No período, foram mais baixos do que altos. Guerrero deixou claro que com Marcelo Cirino e Alan Patrick, por exemplo, tem mais espaço e fica mais dentro da área. Na atual formação, no 4-3-3, o peruano reconhece que precisa executar outras funções para ajudar o time que o prejudicam na hora da conclusão a gol.
O atacante negou que tenha xingado torcedores na saída de campo diante do Sport, sábado, quando foi substituído. E enumerou alguns motivos para as conclusões ruins. O primeiro foi a distância da área, o segundo as bolas que não alcança pois se projeta na primeira trave. Não citou nervosismo.
Segundo ele, seu jogo na seleção peruana flui melhor pois ele tem dois meias vindo de trás, e pode revezar com eles, carregando mais a bola no meio-campo, de frente para o gol.
- Aqui tenho uma movimentação, na seleção é diferente. Quando jogo com Cirino ele gosta de bola enfiada, fico com mais espaço. Quando jogo com Alan Patrick, sei que ele vai enfiar a bola. Então não saio da área. Se não, saio para dar passes - explicou o camisa nove, que se disse feliz no Flamengo e adaptado ao Rio.
Mesmo assim, Guerrero sabe que está devendo, mas não classifica a fase atual. Com postura séria e profissional, só prometeu mais empenho. Gols, ainda não.