O representante de Campinas na decisão do Campeonato Paulista veste verde e branco. Mas, ao contrário do que esperavam os pouco mais de 13 mil bugrinos que estiveram nesta noite de domingo no Brinco de Ouro, a classificação à final não passou pelos pés do maestro Fumagalli. Machucado e substituído ainda no primeiro tempo, o camisa 10 deu lugar ao reserva Medina, que, em minutos, passou de desacreditado a herói da classificação. Com um gol de Fábio Bahia e dois do lateral, o Guarani derrotou a Ponte Preta por 3 a 1, de virada, e decide o título estadual contra o Santos.
Esta será a segunda final de Paulista da história do Guarani, que, em 1988, perdeu para o Corinthians, no Brinco de Ouro, gol marcado por Viola na prorrogação. Depois de vencer o Palmeiras no Brasileiro de 1978 e ser derrotado por São Paulo (Brasileiro de 1986) e Timão, o Bugre fecha o "ciclo" de finais ante os grandes contra o Santos, que neste domingo passou pelo Tricolor.
A vaga na final coroa o momento de "ressureição" do Bugre. Na temporada passada, o time quase caiu para a Série C do Brasileiro. Os jogadores ficaram sete meses sem receber salários. Houve cassação do mandato do então presidente e, no início deste ano, Oswaldo Alvarez foi contratado com a missão de montar um time às pressas. Deu certo. Desde o início do Estadual, o Bugre esteve nas primeiras colocações. Fechou a primeira fase em quarto, à frente do Palmeiras, e voltou a brilhar contra o Verdão, nas quartas, ao vencer por 3 a 2.
Nos próximos dois finais de semana, o time de Oswaldo Alvarez tentará o primeiro título paulista de sua história. A Federação Paulista de Futebol anunciará na quarta-feira os locais dos duelos - o Peixe sugere duas partidas no Pacaembu, mas o Guarani fará de tudo para mandar a primeira em Campinas. Na primeira fase, curiosamente, o Santos foi o único a vencer o Bugre no Brinco: 2 a 0, gols de Arouca e Ibson.
A vitória no dérbi também deixa o time alviverde ainda mais em vantagem sobre o arquirrival. Em 189 clássicos, o Guarani tem 66 vitórias e a Ponte, 60 - houve ainda 62 empates e um resultado desconhecido, justamente no primeiro encontro entre os times, em 24 de março de 1912.
Se o Guarani tem motivos de sobra para festejar - o time quebrou o jejum de dois anos sem vencer um dérbi e mantém a invencibilidade do técnico Oswaldo Alvarez no clássico -, o mesmo não acontece com a Ponte Preta. Empolgada após passar pelo Corinthians no Pacaembu, a Macaca perde a chance de alcançar sua quinta decisão de Paulista.
Eliminada nas semifinais após passar pelo Corinthians nas quartas, a Ponte agora foca suas atenções na disputa da Copa do Brasil, onde pegará o São Paulo nos dias 2 e 10 de maio, pelas oitavas de final. No Brasileiro, o time estreia dia 20 de maio, contra o Atlético-MG, em Campinas.