Além de Adriano e Ronaldo, existe um outro duelo interessante no Corinthians e Flamengo, desta quarta-feira, às 21h50m, no Pacaembu, pelas oitavas de final da Taça Libertadores. Com muitas coincidências em comum, Felipe e Bruno podem fazer a diferença em uma classificação para as quartas da maior competição de clubes da América do Sul, principalmente se o jogo for decidido nos pênaltis.
Afinal, os goleiros são conhecidos como excelentes defensores. Mas essa não é a única característica que eles comungam. Ambos são polêmicos, têm a personalidade forte, alternam altos e baixos, volta e meia desagradam suas torcidas e, por muita gente, são considerados ótimos jogadores.
Mas realmente o que impressiona são os números. No Flamengo desde 2007, Bruno já defendeu 19 pênaltis em 53 cobranças. Isso dá um aproveitamento de uma defesa em cada 2,7 cobranças. Mas é na hora decisiva que a estrela do goleiro costuma brilhar.
Bruno pegou pênaltis nos jogos decisivos, por exemplo, contra o Botafogo, nas finais do Carioca de 2007 e 2009, e contra o Vasco, na semifinal da Taça Guanabara de 2008. Mas em 2010, o goleiro rubro-negro também foi espetacular e defendeu as duas cobranças de Dodô na Taça Guanabara, deste ano.
- Nunca perdi uma decisão por pênaltis na minha vida ? costuma dizer Bruno, que não tem concedido entrevistas.
Felipe tem números de menor expressão, mas também já foi decisivo. Contratado depois de levar o Bragantino às semifinais do Paulistão de 2007, ele defendeu cinco pênaltis desde que assumiu a camisa 1 do Corinthians. Naquele mesmo ano, por muito pouco não se transformou em herói ao pegar uma cobrança de Paulo Baier, do Goiás, no Serra Dourada. O empate por 1 a 1 alimentou a esperança alvinegra de seguir na elite, mas uma série de tropeços em jogos decisivos rebaixou o clube.
No ano seguinte, o goleiro caiu definitivamente nas graças da Fiel ao agarrar uma penalidade de Zé Carlos, do Botafogo, no Morumbi, colocando o Timão na decisão da Copa do Brasil. Já em 2010, parou a revelação Neymar, em plena Vila Belmiro. O xodó santista arriscou uma paradinha, mas Felipe acertou o canto e evitou o gol. Mesmo assim, o Peixe acabou vencendo por 2 a 1.
- Na Copa do Brasil de 2008, enfrentamos o Botafogo e tive a felicidade de pegar o último pênalti. Fomos para as finais por causa dessa defesa. Por coincidência, era uma equipe carioca. Se a história se repetir agora, estará de bom tamanho. Não dá para falar se sou bom de defender pênalti. O Flamengo vai ter que ver na hora - disse.
Felipe, aliás, dá a receita para fazer sucesso em caso de uma decisão após os 90 minutos.
- Em pênalti normal em um jogo, você sabe mais ou menos como o cobrador oficial bate. Na disputa, o que conta é concentração e sorte. O negócio é acertar o canto e defender - completou.