O goleiro do Borussia Dortmund, Roman Burki, revelou que ainda tem sofrido com insônia por conta do ataque sofrido pelo ônibus do clube no trajeto para o confronto das quartas de final da Champions League, contra o Monaco, na última terça-feira.
"Eu ainda tenho problemas para dormir. A pior coisa é que eu não consigo ter uma noite inteira de sono. Quando acordo, fico feliz que estou na minha casa. E fico feliz que tenho minha família perto de mim", declarou o jogador, em entrevista ao jornal suíço Der Bund.
O goleiro também reclamou da maneira como a equipe do Borussia Dortmund foi tratada pela cúpula da Uefa após o atentado.
"Antes do jogo, nós choramos. Porém, tínhamos que ir, com milhões de pessoas assistindo, e entregar algo. Se pudéssemos escolher, não teríamos jogado. Nós sentimos que tudo é uma questão de dinheiro e não de humanidade. Quando ouvimos da Uefa que o jogo teria sido cancelado se alguém tivesse morrido? É o maior desaforo de todos", analisou o atleta.
O suíço contou, ainda, como foi jogar a partida decisiva menos de 24 horas depois do ocorrido. "Foi lamentável ter que jogar 24h depois do ataque. Eu não consegui focar. Só percebia as coisas acontecendo tarde demais. Era como se tivesse um véu cobrindo os meus olhos. Depois do jogo as emoções apareceram. Todos os jogadores derramaram lágrimas", comentou Burki.
Os alemães acabaram derrotados no duelo de ida contra o Monaco, realizado na última quarta-feira, no estádio Signal Iduna Park, pelo placar de 3 a 2. Para avançar, o Borussia precisa vencer a partida desta quarta-feira, às 15h45 (de Brasília), no estádio Louis II, por um placar de dois gols de diferença.