Goiás aproveita apatia do Avaí, dá golpe fatal e atinge semifinal inédita

Gol de Rafael Moura garante vitória por 1 a 0, na Ressacada, em duelo na Copa Sul-Americana de dois desesperados no Brasileirão

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Com a inteligência e precisão que necessita no Campeonato Brasileiro, o Goiás usou do veneno do rival no jogo de ida, em Goiânia, e bateu o Avaí, apático por 90 minutos, por 1 a 0, na noite desta quinta-feira, na Ressacada. Assim, com um gol do artilheiro Rafael Moura, garantiu a inédita classificação para as semifinais da Copa Sul-Americana e vai enfrentar o Palmeiras, nas próximas duas quartas-feiras. O primeiro confronto será no Serra Dourada, às 21h50 (de Brasília).

A diferença das duas partidas entre os brasileiros foi que, em casa, o Esmeraldino conseguiu se recuperar do "bote" dado pelos catarinenses e, com o próprio He-Man, igualou o marcador em 2 a 2 no finzinho. Desta vez, teve na atenção de seu sistema defensivo o ponto forte que desnorteou o Leão em sua "toca".

Na competição nacional, para a qual ambos voltam a olhar, a realidade é péssima. O Avaí é o 18º colocado, a dois pontos de sair da zona de rebaixamento. Já o Alviverde já até "desistiu" de escapar da Série B. Em 19ª, teria que vencer todos os jogos e aguardar uma combinação.

Baixo nível técnico irrita

Má fase e falta de confiança têm andado de mãos dadas com Goiás e Avaí neste semestre. Mesmo "virando a chave" para a Sul-Americana, o duelo fez jus às lamentáveis posições de ambos no Brasileiro. Na maior parte dos primeiros 45 minutos, nem mesmo a superação esperada deu o tom na Ressacada. Em jogo morno, as equipes desperdiçaram muitas bolas e demonstraram nervosismo, tudo por não querer correr o risco de errar.

O público catarinense, que deu show na fase anterior, contra o Emelec, foi passivo e observou mais do que apoiou. O estádio, na realidade, nem estava cheio. E os jogadores não deram razão para os torcedores se inflamarem. Desde o começo, o Leão teve mais posse de bola, controlou a partida até certo ponto, mas, cheio de ansiedade, não foi competente para furar a retranca esmeraldina. As raras chances surgiam em cobranças de falta para a área, que Harlei afastava.

Apesar da desvantagem no placar agregado, o Goiás não tinha pressa. O novo técnico, Arthur Neto, ordenava ao time a todo momento que tivesse calma. Com isso, o armador Marcelo Costa recebia a bola entre longos intervalos. Para que ela chegasse a Felipe e Rafael Moura, então, demorava ainda mais. Na metade da etapa, um outro personagem apareceu. Sempre vaiado, Heber Roberto Lopes distribuiu cartões, anotou diversas faltas no meio de campo e, com seus gestos espalhafatosos e careca reluzente, se tornou o centro das atenções.

O Avaí intensificou seu ensaio de pressão no terço final do primeiro tempo e atacava sobretudo pela direita, com o lateral Patric. Foi em um lançamento da esquerda, porém, que Roberto saiu livre para duelar com o goleiro, mas acabou desarmado na hora H por Wellington Saci. Pouco depois, o castigo para o time da casa: Ernando desviou cobrança de escanteio, Felipe ajeitou para Rafael Moura completar e abrir o placar, premiando a estratégia de franco-atirador.

A dupla de ataque, aliás, se abraçou e comemorou muito o 1 a 0, provando um sopro de união após as críticas do He-Man sobre a suposta falta de vontade do companheiro - em jejum de gols há dois meses -, que completou 100 jogos pelo clube nesta quinta.

Desespero na ponta da chuteira

Para a volta do intervalo, Vágner Benazzi trocou duas peças, irritado com a inoperância de seus comandados. Não houve mudança efetiva de esquema, apenas uma tentativa de dar mais vida ao setor de criação com Jeferson e Robinho nas vagas de Rudnei e Válber, respectivamente. Mas o que chamou a atenção foi a confusão armada por Marcelo Costa. O jogador pegou a camisa de Felipe no vestiário e exibia o número 11 às costas, em vez do seu 17. O quarto árbitro notou, e a comissão técnica do Goiás fez a correção.

A equipe do Centro-Oeste, consciente, cozinhava a partida e quase ampliou com o mesmo Rafael Moura. Endiabrado no confronto, ele também fizera os dois gols da ida. Aos poucos, no entanto, o Avaí cresceu, mas jamais foi merecedor da vaga nas semis. Só frequentou mais o campo de ataque pela retração adversária. As oportunidades surgiram em faltas de Patric, espalmadas por Harlei, ou com Emerson, que girou e chutou para fora, sozinho, aos 14 minutos.

Sem ação, os torcedores permaneciam calados na Ressacadas, longe de ver um time envolvente como em outras ocasiões em Floripa. Nos contragolpes, o Esmeraldino assustava e poderia ter fechado o caixão pelo menos duas vezes. Douglas, aos 19, Amaral, aos 31, por exemplo, pararam em Zé Carlos. Até o fim, sem qualquer organização, o Avaí tentou uma última cartada. Mas mostrou por que sofre tanto na Série A. E deu vida ao 2010 goiano.

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