Gay assumida, rival de Ronda usa no UFC como palanque anti-homofobia

Liz quer usar sua luta no UFC 157, neste sábado, em Anaheim (EUA), como palanque para a maior de suas bandeiras depois do MMA.

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Quando Dana White anunciou a rival da campeã Ronda Rousey para a estreia das mulheres no UFC, muita gente torceu o nariz: quem é Liz Carmouche? Com um cartel de dez lutas e oito vitórias, não era das mais famosas, mas ela não está se importando com isso. Ela gosta de ser azarona, quer pegar uma carona no sucesso de sua rival para levar suas ideias ao grande público e chocar o mundo com uma vitória contra a favorita.

Mais que isso, Liz quer usar sua luta no UFC 157, neste sábado, em Anaheim (EUA), como palanque para a maior de suas bandeiras depois do MMA. Gay assumida há muitos anos, Carmouche vai aproveitar os holofotes para tentar reduzir a homofobia dentro do MMA.

?Estou recebendo um grande apoio da comunidade gay, elogiando meu trabalho. Eu realmente acho que posso ajudar a diminuir o preconceito contra homossexuais nas lutas e nos esportes em geral. Não esperava ter essa missão, liderando a comunidade homossexual, mas eu aceitei e espero fazer bem esse trabalho?, explicou a lutadora ao blog.

E ela ganhou o apoio para isso dentro do próprio UFC. Acusado algumas vezes de ser homofóbico, o presidente Dana White fez questão de elogiar a postura da lutadora. ?Eu a aplaudo por ter se revelado e por ser a primeira [gay do UFC]. Bom para ela. Espero que mais o façam. Não me incomoda nem um pouco. Não devia incomodar ninguém.?

O blog conversou em duas oportunidades com a lutadora no final do ano passado, em Las Vegas, na época no UFC 155. A primeira e mais interessante foi em um jantar com a imprensa da América Latina promovido pelo evento. Maquiada e muito bem vestida em traje social, ela não conseguia esconder o incômodo com a aquilo. Tímida no começo, era o centro das atenções, todo mundo queria falar com ela.

Depois de uns 30 minutos, estava mais solta e não pensava duas vezes antes de revelar detalhes de sua vida pessoal. Militar de carreira, a lutadora nascida no Japão contou que a namorada não gosta de lutas e de MMA, não vê e não deixa ninguém em casa ver. Sua mãe é uma pacifista convicta, ?uma hippie de verdade?, e ela divide sua paixão pelas lutas com a pintura abstrata.

Dois dias depois, pouco antes do UFC 155, falei com ela um pouco mais sobre a luta em si ? e sobre a questão da homofobia fala acima. Confira os melhores momento.

Como você recebeu a notícia da luta contra a Ronda? Eu estava tomando café da manhã, tomando meu café. Pensei: ?Ligando a essa hora, ou é uma notícia muito boa, ou é uma notícia muito ruim?. Foi algo realmente inacreditável.

Mas você já esperava por ela? Não esperava ser chamada. Estava amolando o Dana White no Twitter, no Facebook, meus seguidores e fãs também. Foi uma reação muito rápida. Não esperava.

Como encarar o favoritismo da Ronda? Eu estou superpreparada. Desde que desliguei aquela ligação eu comecei a me preparar. Estou pronta para ser campeã. Acho que meu treino e minha experiência vão me levar ao título. Estou pronta para mostrar que eu sou uma lutadora mais completa.

Você disse cola as fotos de suas rivais para mentalizá-las para a luta. Fez o mesmo com a Ronda? Não preciso de uma foto dela para mentalizar. Ela está em todos os lugares. (Risos) Assisti muitas vezes aos vídeos das lutas dela. Não são muitos e estou fazendo um trabalho incrível em cima deles.

E como é encarar as críticas sobre vocês não mereceram fazer uma luta principal? Não é frustrante esse questionamento, eu mesmo fiquei surpresa quando ele me falou que valeria título e que seria uma luta principal, mas desde o começo ele me mostrou o quanto isso era importante e o quanto as pessoas vão se impressionar.

Você é muito ligada no Twitter. Qual é a principal mensagem que você recebe de seus fãs sobre a luta? Os fãs ficam pedindo para eu amassar a cara dela.

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