Gaviões admite ajudar polícia a achar invasores. Mas só depois do Carnaval

Foram emitidos cinco mandados de prisão.

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A Gaviões da Fiel vai ajudar a Polícia Civil a identificar torcedores que invadiram o centro de treinamentos do Corinthians no dia 1º de fevereiro. No entanto, esse processo só vai ser concluído depois do Carnaval. A torcida organizada já recebeu cinco imagens de pessoas que participaram do incidente e que vestiam roupas ligadas ao grupo, mas a verificação dessas fotografias foi postergada por causa do desfile do Grupo Especial de São Paulo.

A Gaviões da Fiel vai ser a segunda escola de samba a desfilar neste sábado, segundo dia de desfiles do Grupo Especial em São Paulo. A verificação das imagens ainda não tem data para ser concluída.

"Nós recebemos cinco fotografias de suspeitos da invasão e repassamos para o departamento de cadastros. Eles estão no processo de verificação. Eu sei que dois ou três são conhecidos, mas é preciso checar se eles são mesmo sócios da torcida. Mas isso só vai ser concluído na semana que vem porque agora todo mundo está focado no Carnaval", disse Ricardo Cabral, advogado do grupo de torcedores.

Essa análise de imagens é uma segunda etapa no processo de identificação dos invasores. A Polícia Civil de São Paulo já emitiu cinco mandados de prisão relacionados ao episódio.

O centro de treinamentos do Corinthians foi invadido por centenas de torcedores no dia 1ª de fevereiro, três dias depois de o time ter sido goleado por 5 a 1 pelo Santos em jogo válido pelo Campeonato Paulista. Houve relatos de depredação, roubo, intimidação e agressão.

O caso gerou revolta entre os jogadores do Corinthians, que chegaram a cogitar um boicote ao jogo contra a Ponte Preta, marcado para o dia posterior ao episódio. A diretoria do clube consultou FPF (Federação Paulista de Futebol) e TV Globo sobre o protesto, mas foi convencida a respeitar compromissos comerciais atrelados à partida, que teve transmissão ao vivo.

Contudo, a diretoria do Corinthians assumiu com os atletas um compromisso de adotar uma série de medidas administrativas relacionadas à invasão. Na semana seguinte, por exemplo, o clube levou o caso ao Ministério Público de São Paulo e ao Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância).

O problema é que apenas duas câmeras do CT do Corinthians estavam operando no momento da invasão. Elas têm registros de torcedores entrando no local, sem nenhuma visão clara sobre outros delitos.

Com essas imagens, fotos e relatos de quem estava no local, o DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa) cumpriu na última semana um total de 11 mandados de busca e apreensão. Foram emitidos cinco mandados de prisão.

Dois torcedores (Tarcisio Barselli Diniz e Gabriel Monteiro de Campos) foram detidos no dia 20 de fevereiro ? Danilo dos Santos Gomes também foi preso, mas por flagrante (posse ilegal de arma, entorpecentes e explosivos). Na última quinta, Thiago Aurelio dos Santos Ferreira se entregou.

Outro torcedor com mandado de prisão se apresentou, mas comprovou que não estava no CT no dia da invasão ? além de ele estar trabalhando no horário do incidente, havia uma diferença de tatuagens entre o rapaz e o personagem flagrado pelas câmeras. Por isso, o pedido de prisão foi relaxado.

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