O apoiador Paulo Henrique Ganso corre o risco de ser cortado da seleção brasileira. O jogador será submetido, ainda nesta quarta-feira, a um exame mais aprofundado para saber a gravidade do problema na coxa esquerda que o tirou da partida contra a Nova Zelândia, em Newcastle, pela última rodada do Grupo C do torneio de futebol masculino das Olimpíadas. O resultado sairá nesta quinta-feira.
- Ele vai ser submetido a um exame. Depois veremos se tem uma lesão mais grave ou um hematoma, que acontece nesses estágios de músculo. Se for um hematoma, não teremos como tirá-lo das Olimpíadas e queremos contar com ele. Se for lesão muscular, ele estará fora das Olimpíadas - disse o técnico Mano Menezes, após a vitória por 3 a 0 sobre a Nova Zelândia.
Mano garantiu: Ganso, que deixou o estádio acompanhado do médico da Seleção, José Luís Runco, direto para uma clínica em Newcastle, só deixará o grupo caso a lesão seja mais séria.
- Se for algo leve, que permite uma recuperação rápida, ficar fora de uma partida apenas, poderíamos pensar (em deixá-lo no no grupo) sem dúvida nenhuma. Vou esperar o exame porque sempre fizemos dessa forma. Não vamos apressar os fatos. Existe uma boa possibilidade de ele não ter uma lesão mais grave. A cabeça do jogador fica preocupada quando você tem sucessivas lesões. Uma pequena fisgada precisa de um esclarecedor material, que é o exame. Você já pensa que é algo grave. E cabeça de jogador significa 70%. Sem ela, ele não vai a lugar nenhum.
Caso seja detectada alguma lesão, Ganso será cortado, e o técnico Mano Menezes poderá relacionar um dos três atletas convocados na pré-lista das Olimpíadas: o zagueiro Marquinhos, do Corinthians, o volante Casemiro, do São Paulo, e o apoiador Giuliano, do Dnipro. A alteração de um atleta por outro se dará mediante a análise dos exames por parte da Fifa.
Após perder a vaga de titular da equipe para Oscar, Ganso seria utilizado por Mano na partida desta quarta-feira, contra a Nova Zelândia. Porém, o meia acabou treinando em separado na véspera do confronto por conta de dores na parte anterior da coxa esquerda. De acordo com Runco, em entrevista ao site oficial da CBF, o atleta não conseguia realizar alguns movimentos.
Ganso estreou na Seleção junto com Mano: na vitória de 2 a 0 sobre os Estados Unidos, em Nova Jersey, em agosto de 2010. Camisa 10, o atleta do Santos foi um dos destaques da partida ao lado de Neymar e passou a ser considerado nome fundamental para a Copa do Mundo de 2014.
Mas enquanto o amigo santista virou a referência da equipe, Ganso sofreu com lesões, caiu de produção e perdeu espaço na Seleção. Nas Olimpíadas, ficou com a camisa 16 e viu Oscar, recém-negociado pelo Internacional com o Chelsea, assumir o número 10 e a vaga de titular.
Depois da estreia com a amarelinha, Ganso ficou fora alguns meses por uma grave contusão no joelho e retornou à Seleção na Copa América de 2011, sem brilho. Depois, foi chamado para o amistoso com a Alemanha, derrota de 3 a 2, em Stuttgart. No jogo seguinte, diante de Gana, em Londres, o meia começou como titular, mas sentiu uma lesão logo no início e deixou o gramado.
Em fevereiro de 2012, mais uma chance. Iniciou no banco contra a Bósnia, em St. Gallen, e entrou no lugar de Ronaldinho Gaúcho. Também teve atuação discreta. Depois, chegou a ser convocado para os amistosos com Dinamarca, Estados Unidos, México e Argentina entre maio e junho, como preparação para as Olimpíadas, mas acabou fora por causa de uma artroscopia no joelho.
Nos Jogos Olímpicos, o meia começou no banco nas duas primeiras rodadas e atuou apenas 18 minutos na estreia (3 a 2 sobre o Egito), em Cardiff, e 26 contra a Bielorrússia (3 a 1, em Manchester).