O Fluminense se vê em uma queda de braço com o mercado. Nos últimos dias, passou a receber propostas. Mas, por achar que estão aquém do que valem seus atletas, recusou uma a uma. Como o clube admite que precisa de dinheiro para tapar o rombo no orçamento, a postura fez surgirem questionamentos: até onde vai sua força nesta disputa?
O “não” já foi dado ao Atalanta, da Itália, que ofereceu 3 milhões de euros (R$ 11,2 milhões) por Marquinhos Calazans; ao Porto, de Portugal, que propôs 7 milhões de euros (R$ 26,2 milhões) por Wendel; e também ao Palmeiras, que tentou comprar Richarlison por R$ 40 milhões. As negativas fazem parecer que o Tricolor não quer vender. A diretoria garante que não é bem assim.
— Há dois meses, o Wendel ganhava salário de sub-20. Hoje é de gente grande. Há um mês, ele valia X. Hoje, vale X mais um. Nem sempre o mercado quer pagar por isso — explicou o vice de futebol Fernando Veiga.
Vender segue nos planos. A negociação por Richarlison não ocorreu porque os tricolores acreditam que o próprio técnico Cuca conversou com o atacante e o desestabilizou. Em relação a Calazans, o clube aguarda proposta melhor. Se ela vier, a saída não está descartada. Wendel é o único que o Fluminense realmente gostaria de manter. Mas o que se comenta é que o Porto tem um plano de carreira para ele e está disposto a fazer nova oferta.
A postura do Fluminense não tem sido bem vista. Há empresários irritados. Acreditam que seus clientes perdem boas oportunidades. O Tricolor pode ter atletas contrariados com uma venda frustrada. Mas trata-se de um risco consciente e calculado. A sorte está lançada.