O caráter decisivo e a intensa pressão diante do clássico contra o Vasco, no próximo domingo, pela semifinal da Taça Rio, não ocorrem por acaso no Flamengo. Além da iminente crise interna em caso de novo fracasso, o clube pode amargar um prejuízo de R$ 7,5 milhões e ficar de fora das finais dos dois turnos do Campeonato Carioca, fato que não acontece há seis anos.
Caso não avance às finais da competição, o rubro-negro ficará um mês sem atuar e terá que arcar com a inflacionada folha salarial de R$ 6 milhões de reais, além de mais R$ 1,5 milhão relacionados a encargos trabalhistas no período. O tempo de inatividade poderá dificultar ainda mais a busca por um novo patrocinador, já que o clube verá sua exposição na mídia reduzida drasticamente.
E os prejuízos não seria apenas financeiros. Além de ser o estopim para uma nova crise nos bastidores do futebol, a eliminação poderá complicar o cenário político de Patrícia Amorim, que busca a reeleição no final do ano. E a mandatária não esconde a preocupação.
"Não podemos nem pensar em uma coisa dessas [eliminação]. Só trabalhamos com a hipótese da vitória. Deixamos a vaga escapar na Libertadores e este erro não pode se repetir no Campeonato Carioca. Acaba sendo um prejuízo para o clube em todos os aspectos", alertou a presidente.
Ciente dos altos valores e de um possível prejuízo no próximo mês, a mandatária rubro-negra se esforça para diminuir os custos do futebol. Durante esta semana, Patrícia se reuniu por algumas vezes com outros dirigentes do clube para avaliar o elenco, definir algumas dispensas e cortar em aproximadamente R$ 1,2 milhão a alta folha salarial.
Enquanto esta reformulação não é definida, o time luta para que o prejuízo não venha em forma de resultado. A partida contra o Vasco do próximo domingo, às 16h, no Engenhão, é a chance que o Flamengo tem de não ganhar férias forçadas. A estreia no Campeonato Brasileiro está marcada para o próximo dia 20 de maio, contra o Sport, em Recife.