Flamengo se esforça para achar patrocínio para pagar Ronaldinho, mas empresas fogem

A Olympikus, que banca grande parte dos vencimentos de jogadores como Vagner Love e Deivid, não aceitou o pedido de nova ajuda.

Ronaldinho Gaúcho precisa de patrocínio. | Reprodução
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Flamengo e Olympikus já não falam mais a mesma língua. O estopim para a crise no relacionamento entre clube e empresa aconteceu há cerca de três semanas, quando dirigentes do marketing rubro-negro foram até São Paulo pedir ajuda à parceira para arcar com os salários de Ronaldinho Gaúcho - aproximadamente R$ 1,2 milhão por mês - e receberam um "não" como resposta. Incomodados, representantes do time da Gávea iniciaram contatos com a Adidas para analisar a possibilidade de um novo contrato de fornecimento de material esportivo.

A Olympikus, que banca grande parte dos vencimentos de jogadores como Vagner Love e Deivid, não aceitou o pedido de nova ajuda financeira alegando não ver em Ronaldinho o mesmo potencial de retorno comercial de outras épocas. O desfecho da reunião, que contou com a presença de Henrique Brandão, vice de marketing do Flamengo, e Marcus Duarte, diretor executivo de marketing do rubro-negro, desagradou o clube carioca e desencadeou o processo de busca por novos parceiros.

A primeira reunião entre dirigentes do clube e executivos da Adidas aconteceu na última semana, em um hotel na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. O encontro entre as partes ocorreu por intermédio de Assis, irmão e empresário de Ronaldinho, que também está envolvido nas conversas, já que a fornecedora alemã planeja acertar um contrato exclusivo com o Gaúcho, hoje patrocinado pela Nike. Além disso, a empresa pretende fechar com o Flamengo para dominar as ações de marketing do ano do centenário do clássico carioca Fla x Flu - a empresa já fornece material esportivo para o Fluminense.

Mesmo garantindo não haver qualquer problema na relação com o Flamengo, Túlio Formicola, diretor de marketing esportivo da Olimpikus, subiu o tom ao comentar o possível rompimento com o clube.

"O clube é livre para fazer o que quiser. Só espero que eles lembrem que temos um contrato até o fim de 2014 que reza uma série de regras, cláusulas e compromissos. Além das parcerias para construção de museu e lojas. Se acham que podem arranjar algo melhor e arcar com a multa, é uma questão de disputa de mercado", analisou, lembrando a multa de mais de R$ 30 milhões em caso de rescisão unilateral da parceria.

Um dos responsáveis pelas primeiras conversas entre Flamengo e Adidas e grande entusiasta do possível acordo, o marido de Patrícia Amorim, Fernando Sihman, tomou as rédeas da negociação após protagonizar mais uma disputa entre clube e Olimpikus. O cartola não gostou de ver seus desejos contrariados pela então fornecedora de material esportivo e incendiou a disputa nos bastidores.

Sihman queria que o Flamengo fechasse um contrato com a SPR, empresa especializada em licenciamentos esportivos, para a implementação de franquias de lojas oficiais do clube, mas viu sua vontade ser vetada pela Olimpikus. A fornecedora de material esportivo não aprovou a relação e decidiu que ela mesmo controlaria o lançamento dos estabelecimentos comerciais.

"Nós temos o direito de abrir lojas e vamos escolher o que é melhor para a parceria Flamengo/Olympikus. Não queríamos ceder isso à SPR. Isso pode até ter incomodado alguém, mas não posso fazer nada. Para nós, o interessante é que a nossa empresa cuide desse processo de franquias", explicou Túlio Formicola.

O desentendimento com a Olympikus e o possível rompimento com a empresa não é bem visto por alguns diretores e conselheiros dentro do clube. Para muitos, algumas brigas pessoais motivaram o imbróglio e o Flamengo pode ser o maior prejudicado, já que o clube segue sem um patrocinador master e a fornecedora de material esportivo é uma das principais fontes de renda no atual panorama financeiro do rubro-negro.

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