Um ano em 90 minutos, a avaliação da dupla de ataque em um jogo, o provável fim de grupo de atletas. Ou, mudando o ponto de vista, o renascer de um sonho, o despertar de um Imperador ferido e a certeza de que Bruno, Léo Moura e cia fortificam a trilha de segunda geração mais vitoriosa do clube. Dizer que o Flamengo prepara-se para o céu ou o inferno na partida contra o Universidad de Chile é clichê. Dos mais batidos, até. Mas analisando friamente não há como fugir do lugar comum no duelo desta quinta-feira, no pequenino estádio Santa Laura, em Santiago.
O jogo pelas quartas de final da Taça Libertadores começa às 22h15m (de Brasília), e o GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real. A TV Globo transmite para o estado do Rio de Janeiro.
A partida de ida, no Rio, foi um fiasco para o Rubro-Negro. Maracanã lotado e, em menos de 20 minutos, os chilenos abriram 2 a 0. A derrota por 3 a 2 até saiu barato e permitiu à equipe brigar, sonhar e planejar uma reviravolta épica. Daquelas que serão lembradas por muitos anos. Para tal, precisa vencer por dois gols de diferença ou por um a partir de 4 a 3. A repetição do placar do primeiro encontro leva a decisão para os pênaltis. Contudo, e se o mais provável acontecer e a La U avançar às semifinais?
A presidente Patrícia Amorim, que tomou decisões corajosas, mas arriscadas no meio da competição, sabe que a estabilidade política irá ruir. Rogério Lourenço está ciente de que uma eliminação pode custar seu cargo. E o Império do Amor também sabe que o fracasso em Santiago o jogaria na vala comum dos badalados que não deram certo, vide o ?melhor ataque do mundo? de 1996, com Sávio, Romário e Edmundo.
Vagner Love e Adriano têm, juntos, 32 gols no ano. Média boa, uma das melhores do país. Mas se não mostrar força na decisão desta noite, a dupla tem grande chance de ser lembrada pela derrota para o Botafogo no Estadual e a eliminação na competição prioritária do ano.
Caçoados pelo técnico do Universidad de Chile, Gerardo Pelusso, os ?gordos? rubro-negros ficaram em silêncio nos dias que antecederam ao jogo. Mas a postura do Imperador é de um guerreiro ferido pela exclusão da lista de Dunga para a Copa do Mundo.
- Minha Copa é a Libertadores ? disse, após o empate por 1 a 1 com o Vitória, no último sábado.
O técnico Rogério Lourenço e todos os jogadores apostaram no mesmo discurso: de que o Flamengo se supera e tem suas grandes conquistas na adversidade.
- A torcida tem que acreditar porque torce para o Flamengo. Tudo aqui tem que ser mais difícil. Foi assim no Brasileiro do ano passado, por exemplo ? disse o zagueiro David.
A escalação será a mesma da partida contra o Vitória, sábado, no Barradão. Ou seja, Kleberson e Michael serão os responsáveis por municiar o ataque, enquanto Willians e Toró têm a missão de proteger a linha defensiva com Léo Moura, David, Angelim e Juan.
Chilenos invictos e confiantes
Do outro lado, o Universidad de Chile chega com banca de dono da situação. Invicto na Taça Libertadores, o time terá o apoio de 18 mil torcedores no Santa Laura. Todos ávidos pela inédita classificação para as semifinais.
Apesar do desfalque de Iturra, expulso no primeiro jogo, Gerardo Pelusso tem o que comemorar. Os outros quatro jogadores convocados para a Copa do Mundo ? Pinto, Victorino, Fernandéz e Seymour ? foram liberados e estão à disposição.
O principal destaque da equipe é o meia Montillo. Habilidoso e muito rápido, o argentino foi o destaque nos três encontros entre a equipe nesta Libertadores. La U venceu duas vezes (2 a 1 em Santiago e 3 a 2 no Rio) e empatou uma (2 a 2 no Rio).