A presidente Patrícia Amorim condenou nesta quinta-feira o gesto da CBF, de entregar a Taça das Bolinhas ao São Paulo, como se o time paulista fosse o primeiro pentacampeão brasileiro. Em entrevista concedida na Gávea, Amorim afirmou que o gesto foi "covarde" e que o clube recorrerá.
"O Flamengo considera uma covardia. Não mediremos esforços para reverter essa situação. Para nós, a briga apenas começa", afirmou a presidente do time rubro-negro, insatisfeita com a perda do troféu. No entanto, Patrícia Amorim fez questão de criticar somente a CBF e não o São Paulo.
A polêmica tem base no Campeonato Brasileiro de 1987. Por problemas estruturais, a CBF abriu mão do torneio e a competição foi comandada pelo Clube dos Treze, criado naquele ano por Internacional, Grêmio, Corinthians, Santos, São Paulo, Palmeiras, Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, Atlético-MG, Cruzeiro e Bahia. Por sua vez, Coritiba, Santa Cruz e Goiás foram convidados para fazer parte do Módulo Verde.
No Módulo Amarelo ficaram alguns clubes tradicionais como Portuguesa, Sport, América-RJ e Guarani. A CBF estabeleceu que os dois primeiros de cada módulo se enfrentariam em um quadrangular para definir o campeão brasileiro.
No entanto, Flamengo e Internacional, campeão e vice do Verde, recusaram-se a participar e o Sport, que bateu o Guarani, foi declarado campeão brasileiro. Os pernambucanos e os paulistas foram os representantes do País na Libertadores de 1988. No entanto, sempre ficou no ar a dúvida de quem seriam o real campeão daquele ano.
Contando com o título de 1987, o Flamengo teria chegado a cinco nacionais em 1992, mas, pela polêmica, a taça especial não foi entregue. Em 2007, o São Paulo conquistou seu quinto título e a questão voltou à tona e ganhou mais força. Desde lá, os times brigam pelo prêmio.
No ano passado, o Flamengo foi campeão brasileiro e se declarou hexa. O Sport, revoltado, informou que iria processar todos que publicassem ou dissessem que o rubro-negro carioca era seis vezes campeão nacional.