Considerado um dos melhores goleiros de todos os tempos, Gylmar dos Santos Neves está sendo velado nesta segunda-feira, no Cemitério do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. O bicampeão mundial com a Seleção Brasileira, em 1958 e 1962, faleceu no domingo dias depois de sofrer um infarto. O velório é aberto ao público e será seguido do enterro, marcado para às 15h, no próprio local.
Gylmar, que morreu aos 83 anos de idade, estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde a última segunda-feira, data do seu infarto. Ele se recuperava de um AVC (acidente vascular cerebral) sofrido em 2000. Desde então, o ex-atleta, apesar de lúcido, não andava e se comunicava com dificuldade. Apesar de devastado, o filho Marcelo Neves se conforta em saber que o pai agora está descansando.
- É um orgulho muito grande ser filho de Gylmar dos Santos Neves. Ele foi o único goleiro bicampeão mundial de futebol e foi um grande homem e pai. Há 13 anos, ele lutava pela vida e, de certo modo, foi um alívio acabar com o sofrimento. Imagine um atleta, que jamais bebeu ou fumou, ter tantas limitações ? disse Marcelo.
Ao velório, espera-se a presença de personalidades do mundo do futebol, como ex-companheiros de Gylmar nas conquistas da Seleção e no Santos, pelo qual ele foi arqueiro nos bicampeonatos mundial e da Libertadores, em 1962 e 1963.
dolo brasileiro, Gylmar iniciou sua carreira profissional no Jabaquara, de Santos, mas em pouco tempo acabou se mudando para a capital, onde defendeu as cores do Corinthians entre os anos de 1951 e 1961. No Timão, conquistou três vezes o Campeonato Paulista e duas vezes o Torneio Rio-São Paulo.
Em alta no Parque São Jorge, Gylmar retornou para a Baixada Santista em 1962, quando acertou com o Santos e fez parte da equipe que encantou o mundo ao lado de Pelé e companhia.
Pelo Peixe, foi titular e peça importante no bicampeonato da Libertadores e do Mundial Interclubes, nos anos de 1962 e 1963. Além destes títulos, o ex-goleiro venceu também o Campeonato Paulista (1962, 1964, 1965, 1967 e 1968), o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1968), a Taça Brasil (1961, 1962, 1963, 1964 e 1965), o Torneio Rio-São Paulo (1963, 1964 e 1966) e a Recopa dos Campeões Mundiais (1968).
Na Seleção, foram 104 jogos, com 73 vitórias, 15 empates, 16 derrotas e 104 gols sofridos. Além das duas Copas do Mundo, Gylmar conquistou ainda a Taça Bernardo O"Higgins (1955, 1959, 1961), a Taça Oswaldo Cruz (1955, 1958, 1961, 1962, 1968), a Taça do Atlântico (1956, 1960) e a Copa Rocca (1957, 1960, 1963).
- O futebol brasileiro está de luto. Depois do De Sordi, agora o Gylmar, jogadores que fizeram que os torcedores brasileiros sentissem orgulho. Meus pêsames, em nome dos diretores e funcionários da CBF, à família deste que foi um dos maiores goleiros do Brasil de todos os tempos. Além de um grande goleiro, foi um ídolo mundial, um exemplo de jogador e cidadão. A seleção brasileira, que ele tão bem representou, jogará de luto no dia 7 de setembro contra a Austrália - afirmou o presidente da CBF, José Maria Marin, ao site da entidade.