A Fifa se negou a entregar diretamente ao juiz da Audiência Nacional espanhola Pablo Ruz a documentação que este a reivindicou através da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) sobre a contratação do atacante Neymar pelo Barcelona, por entender que o pedido deve ser feito por meio de uma comissão rogatória.
Em sua recusa, a Fifa, que tem sede na Suíça, alegou que se trata de uma informação particular que deve ser requerida por vias oficiais, ou seja, mediante a correspondente comissão rogatória vinculada às autoridades judiciais suíças, e não através da federação.
Ruz solicitou a documentação à Fifa após admitir o trâmite da denúncia interposta contra o ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell por apropriação indevida pela contratação de Neymar.
No auto no qual admitiu o trâmite e que teve como consequência a renúncia de Rosell, Ruz disse que não havia urgência em convocá-lo para depor como acusado até que ocorressem as diligências estipuladas, entre elas a de solicitar à Fifa a documentação da contratação e ao próprio jogador o contrato que assinou com a empresa N&N, de seu pai, cedendo seus direitos federativos.
O juiz também está à espera do resultado de uma comissão rogatória no Brasil para solicitar ao Santos o contrato de transferência do atacante e que o Barça remeta outros documentos.
Segundo o sócio do clube catalão Jordi Cases, que foi o responsável pela acusação, esses contratos serviram também para pagar 7,9 milhões de euros pelos direitos de três jogadores das categorias de base do Peixe e outros por 9 milhões de euros por dois amistosos.
Ruz suspeita que foram ocultados dos sócios do clube espanhol o valor pago por Neymar, que Cases quantifica em 40 milhões de euros como pagamento à sociedade do pai do atleta e 17,1 milhões de euros destinados ao Santos, quantias às quais se somam 7,9 milhões de euros pelos três jogadores da base do Santos e 9 milhões de euros pelos amistosos.