O sonho da Conmebol de ampliar a Copa do Mundo de 2030 para 64 seleções esbarrou em um sinal de alerta da Fifa. A proposta sul-americana, que previa mais partidas no continente como forma de celebrar o centenário da primeira Copa, não empolgou a entidade máxima do futebol e tampouco teve apoio de outras confederações, como a Uefa e a Concacaf.
A ideia foi apresentada publicamente pelo presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, durante congresso da entidade em abril. O objetivo era transformar o torneio em um evento ainda mais global, com seleções dos cinco continentes disputando partidas simultaneamente. A Fifa, porém, não vê necessidade de aumentar novamente o número de participantes, o Mundial de 2026 já terá 48 seleções, contra as 32 do Catar em 2022.
Três jogos e só
Como parte da celebração dos 100 anos da primeira Copa, realizada no Uruguai em 1930, a América do Sul já foi contemplada com os três jogos inaugurais da edição de 2030: um na Argentina, um no Paraguai e outro no próprio Uruguai. O restante da competição será disputado na Espanha, em Portugal e no Marrocos.
A proposta da Conmebol era sediar todo um grupo da competição no continente, o que, segundo Domínguez, tornaria o evento ainda mais inclusivo.
“Estamos convencidos de que a comemoração do centenário será única. E é por isso que propomos, pela única vez, realizar este aniversário com 64 equipes, em três continentes simultaneamente”, disse Domínguez, em abril.
No entanto, preocupações com a qualidade técnica do torneio e com a infraestrutura para abrigar tantos times fizeram a ideia ser mal recebida por outras confederações.
Ideia ainda viva
Apesar do sinal negativo, a Conmebol não desistiu totalmente da proposta. A entidade optou por não fazer campanha pública, mas pretende buscar apoio nos bastidores. A fala de Domínguez durante o Congresso da Fifa em maio, em Assunção, também foi interpretada como uma tentativa de reacender o debate:
“O futebol pertence ao mundo. A todas as pessoas que em qualquer canto do mundo vibram com a bola.”
A expectativa da Conmebol é que surja uma nova janela para rediscutir o tema, ainda que as chances, neste momento, sejam remotas.