Um espetáculo com a cara do Brasil preparou o Rio para a Cerimônia de Abertura de seus Jogos Olímpicos, que acontece na próxima sexta-feira (05). Quem tiver o privilégio de estar no Maracanã, vai se surpreender com uma viagem pelas florestas brasileiras, pela selva de pedra e pelos problemas climáticos. A festa começa com um clamor pela paz. Após o gramado do estádio ser transformado em ondas, o símbolo pacífico ganha papel de destaque.
O Hino Nacional será na voz de Paulinho da Viola e dará início à viagem pelas florestas. Com a entrada dos índios, “os donos da terra”, seguidos pelos colonizadores, a natureza desbravada cede lugar aos prédios. E surge o principal cenário da cerimônia: um conjunto de várias edificações que lembra uma favela.
A “Garota de Ipanema”, música na voz de Tom Jobim, também será personificada no Maracanã — um papel que muito provavelmente será de Gisele Bündchen. A personagem protagoniza uma das principais cenas do espetáculo, que não esconde as mazelas brasileiras: a Garota de Ipanema é abordada por um suposto pivete e um guarda dispara na perseguição ao infrator. Mas cabe a ela interceder pelo jovem e mostrar que, de mau, ele nada tem. É a deixa para o funk: “Rap da felicidade”. Aquele que diz: “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci”.
Guerra de espadas, do maracatu, outros elementos da cultura brasileira e um texto nas vozes das atrizes Fernanda Montenegro e Judi Dench alertam para problemas mundiais.
No desfile dos atletas, com cada delegação precedida por uma pequena bateria de escola de samba, uma das principais novidades: os competidores plantarão uma muda, em um totem. Ao fim dos Jogos Olímpicos, uma floresta com 12 mil árvores será criada no Parque Deodoro.
O Comitê Organizador Rio-2016 informou que cerca de 30% do espetáculo não foram revelados, como a maneira que a Pira será acesa. Mas o que se viu no ensaio geral, ontem, foi uma festança que acaba em samba.