Não é novidade que os principais pilotos de Fórlula 1 da atualidade foram preparados para serem estrelas da categoria desde garotos. Tendo sido rival ou companheiro, quem conviveu com essas estrelas nas categorias de base no início da carreira consegue dar explicações sobre como se formaram fenômenos como Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Nico Rosberg.
Entrevistados do "Linha de Chegada" desta quarta-feira, três feras da Stock Car falaram sobre a convivência que tiveram com alguns destes nomes. E admitiram que, pela forma como esses pilotos eram tratados, era fácil perceber que eles chegariam muito longe.
- O Vettel eu tinha certeza por vários motivos. A empresa que o patrocina, de bebidas energéticas, estava com ele desde os oito anos. E patrocínio na Europa é diferente. No Brasil é só colocar dinheiro. Fui companheiro dele e observava que ele tinha psicólogo, media training e todo um suporte para chegar na Fórmula 1 em seu melhor. Era um grande piloto e vinha sendo construído, como o Hamilton. Só não imaginava que faria tanto sucesso e ganharia tantos títulos em tão pouco tempo - afirmou Átila Abreu.
Líder da Stock com 76 pontos em cinco etapas, Átila contou que Hamilton recebia enorme pressão por resultados logo cedo. Eles foram colegas de Mercedes em 2005, na Fórmula 3.
- Faz parte do negócio. Ninguém te patrocina por te achar bonito, mas por ver potencial e para você dar resultados. Você não pode crucificar um esportiva por um momento de desicão, mas sim pelo todo. Hamilton uma vez me falou que precisava ser campeão naquele ano senão não chegaria à F1: "A McLaren vai me cortar do programa". Lembro que até comentei em casa e ele foi campeão naquele ano. Mas devia esta recebendo uma pressão grande por resultados e sabia que precisava vencer para chegar ao seu objetivo - relata.
De acordo com Popó Bueno, alguns pilotos recebem mesmo tratamento especial desde muito jovens, o que permite que possam desenvolver melhor o seu potencial dentro e fora das pistas.
- Andei dois anos na Fórmula Renault, o segundo ano com o Robert Kubica. Éramos três pilotos, mas com três equipes separadas. Ele, piloto oficial Renault em uma fórmula Renault. Então ia para um treino livre e tinha de sete a nove jogos de pneus novos. Enquanto eu e o outro tínhamos um ou dois, no máximo, que estava fechado em nosso pacote. Ele tinha um apoio diferente. E é isso que leva para a frente. Além do talento que já se via, ele ainda tinha todo esse apoio por trás, andava nas melhores equipes - relembra.
Sérgio Gimenes também conviveu com Hamilton, mas na Fórmula Renault. E a McLaren sempre ficava atrás dele para dar todo o suporte necessário.
- É um investimento em um piloto desde a base. Todo treino iam duas pessoas da McLaren acompanhar ele, na pista e fora. Se não foi bem, o que aconteceu? Ensinavam ele a trabalhar como precisaria no futuro - conta.