O público que lotou as areias do Postinho, na Barra da Tijuca e acompanhou as finais do Rio Pro, nem precisou esticar o pescoço para ver o espetáculo de Filipe Toledo. O novo xodó da torcida brasileira facilitou o trabalho de todos, mais uma vez, seu repertório de saltos alucinantes.
Felipe se consagrou campeão da 4ª etapa do circuito mundial. Com direito a outra nota 10, sua segunda na competição, Filipinho não deu a mínima chance para o australiano Bede Durbidge. Alcançou a pontuação de 19,87, a maior do torneio e bateu o rival, que somou 14,70.
“Estou quase chorando. Olha essa galera. Isso é louco. Nunca vi nada parecido antes. Preciso agradecer primeiro a Deus, porque foi uma semana muito abençoada. Sempre foi um sonho ganhar essa etapa no Rio, vencer para essa plateia. Sou grato a tudo que Deus colocou na minha vida.” disse o atleta
Esta é a segunda vitória de Filipe Toledo na temporada. Ele já havia faturado a etapa de abertura em Gold Coast, na Austrália. Com o resultado, o paulista chegou à vice-lideraça do ranking, com 25,700 pontos. Ele atrás apenas do compatriota Adriano de Souza, líder com 26,250, formando uma dobradinha do "Brazilian Storm" na elite do surfe. A próxima etapa do Mundial de Surfe é em Fiji, de 7 a 19 de junho.
Logo na primeira tentativa, Filipinho realizou duas boas manobras, mas não conseguiu finalizar a onda, tirando 4,50. Na sequência, o brasileiro encaixou seu primeiro aéreo, emendando com uma rasgada e uma série de manobras, chegando até a areia, quase sendo carregando pelos fãs.
Ciente da força do rival, Bede Durbidge resolveu usar do mesmo arsenal do brasileiro, acertando um bom aéreo, tirando 5,07 e pulando na frente. Mas Filipinho começou seu espetáculo. Com seu primeiro aéreo, anotou um 6,17 e retomou a ponta. Em seguida, com um um aéreo espetacular tirou um 10 perfeito, seu segundo na competição, para delírio dos torcedores. O impacto foi tão forte que ele precisou trocar a prancha para continuar na disputa.
Ainda com 23 minutos para terminar, o brasileiro encaixou uma série de rasgadas e cutbacks para tirar 8,33, chegar a 18,33 e colocar a mão na taça. Com 9,00 no total, Bede estava em apuros. Em combinação, o australiano precisava de duas excelentes notas para virar o duelo. Mas quem tirava notas altas era Filipinho. O brasileiro fazia as manobras parecerem até fáceis, com tanta naturalidade que girava no ar. Com um 8,53, subiu para 18,53 e colocou a mão na taça.
Em busca da reação, Durbidge lançou mão de um estilo clássico, costurou bem a onda e anotou 7,60. Mas a nota, apesar de boa, não era suficiente para tirá-lo da combinação. Só que era impossível bater Filipinho.
O domingo era, definitivamente, do paulista de Ubatuba. A 7 minutos do fim, com outro aéreo de tirar o fôlego, o brasileiro emplacou um 9,87 e chegou a impressionantes 19,87. A torcida na areia gritava “É campeão”. Era só esperar o cronômetro zerar para sair da água e comemorar com a massa. Com manobras sólidas, Bede tirou um 6,10 e depois um 7,10, trocando sua segunda nota. O somatório de 14,70 era bom o suficiente para bater um surfista normal. Mas esse não é o caso de Filipe Toledo.
Semifinais
Filipe Toledo (BRA) 15,93 x 6,34 Italo Ferreira (BRA)/Bede Durbidge (AUS) 14,63 x 8,23 Matt Wilkinson (AUS)
Final
Filipe Toledo (BRA) 19,87 x 14,70 Bede Durbidge (AUS)/