Wander Nunes Pinto Júnior, de 35 anos, irmão mais velho do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, voltou aos holofotes nesta semana. Mas, desta vez, não por feitos dentro de campo. Ele foi indiciado pela Polícia Federal ao lado do próprio Bruno por suspeita de envolvimento em um esquema de fraude esportiva ligado a apostas.
A investigação gira em torno de um suposto acordo para forçar um cartão amarelo no jogo entre Flamengo e Santos, pelo Brasileirão de 2023, com o objetivo de beneficiar apostadores. Conversas entre os irmãos foram anexadas ao inquérito, e indicam que Wander teria feito a aposta com informações privilegiadas do jogador.
Quem é Wander Júnior?
Embora com carreira menos conhecida, Wander também tentou trilhar caminho como atleta profissional. Passou por clubes como Aseev e Anápolis (GO), Uberlândia e Guarani (MG), e chegou a enfrentar o Cruzeiro no Campeonato Mineiro de 2016. No entanto, uma lesão grave na vértebra o afastou dos gramados em 2017.
Desde então, o ex-jogador passou a atuar no futebol amador de Minas Gerais, onde ganhou notoriedade e até apelido: "Juninho Neymar", por conta de um cabelo platinado inspirado no craque da Seleção. Recentemente, foi campeão da Recopa Amadora de 2024, organizada pela Federação Mineira de Futebol.
Fora de campo, Wander também se arrisca como streamer. Ele tem mais de 25 mil seguidores nas redes sociais, onde transmite partidas de GTA, Fifa, CS:GO e NBA.
O que mostram as mensagens?
A PF teve acesso a uma troca de mensagens entre os irmãos. Em uma delas, Wander afirma que apostou R$ 3 mil para ganhar R$ 12 mil com o cartão amarelo de Bruno Henrique, mas o valor foi bloqueado por suspeita de fraude. Ele então pede ajuda financeira ao jogador para pagar o cartão de crédito e pensão dos filhos:
“Se você puder fazer isso, você vai me salvar de coração mesmo”, escreveu Wander.
Bruno Henrique responde com o envio de R$ 10 mil, afirmando: “Pegando dinheiro vc paga em”.
A Polícia Federal interpreta que Bruno teria cedido informações privilegiadas sobre o cartão que receberia, contribuindo diretamente para a aposta irregular.
Quem mais está envolvido?
Além dos dois irmãos, a investigação identificou dez pessoas envolvidas no esquema, incluindo a cunhada de Bruno Henrique, Ludymilla Araújo Lima, e a prima Poliana Ester Nunes Cardoso, ambas também teriam apostado na partida.
O caso veio à tona após operação da PF em novembro de 2023, quando o celular do jogador foi apreendido e passou a ser analisado pelos investigadores.
Agora, com o indiciamento, Bruno Henrique e Wander aguardam os próximos passos da Justiça. O escândalo reacende o debate sobre a relação entre jogadores e o universo das apostas esportivas no Brasil.