Quem conhece o ?braço de ferro? ? ou luta de braço ? por imagens caricatas, como a de Sylvester Stalone no filme ?Falcão - O Campeão dos Campeões? não deve imaginar que as mulheres também são protagonistas no Mundial da modalidade. Em São Vicente, litoral de São Paulo, uma sueca acabou chamando a atenção. Combinando longos cabelos loiros, olhos azuis e traços delicados com bíceps avantajados e costas de nadadora, Sarah Backman foi a lutadora mais assediada do primeiro dia de competição, mesmo sem colocar a munheca para trabalhar.
Quem vê a troncuda musa não imagina que uma brincadeira de braço de ferro foi responsável por mudar sua vida e seu físico. Com 1,73 m, ela era gordinha e pesava cerca de 90 kg antes de começar a treinar. Hoje, além de seis vezes campeã mundial ? duas no adulto -, também trabalha como personal trainer na Suécia, apesar de ter apenas 20 anos.
?Eu comecei a competir há seis anos, no meu colégio. Tinha uns 15 anos, e foi só algo para me divertir, coisa de criança. Mas um professor viu e me falou: ?você deveria fazer luta de braço pra valer?. Então, eu procurei um clube e passei a me desenvolver para competir seriamente?, explicou ela, entre pedidos de fotos e autógrafos dos outros atletas do evento.
Sarah não tem vergonha de dizer que na época, ela era ?fortinha? de outra maneira. ?Eu era forte, mas não como hoje (risos). Eu era bastante gorda, era enorme. Pesava 90 kg antes de treinar. Desde então, eu emagreci e ganhei massa muscular. Hoje em dia trabalho como personal trainer. Então, posso dizer que minha vida mudou completamente. Tudo por conta da luta de braço.?
A lutadora sueca só compete no fim de semana, mas desfilou no Mundial mostrando vaidade. Um piercing dourado em um dos dentes chamava a atenção. O cuidado com a beleza ? e a força ? é notado também em seu Twitter, com diversas fotos dela própria.
Sarah é tímida para falar disso e sequer quis mostrar os bíceps para uma foto. Ainda assim, admitiu: ?Eu adoro cuidar do meu visual. Por que não faria isso, não é mesmo? Você só tem um corpo, então deve cuidar dele?, defende a sueca.
De acordo com Sarah, a luta de braço é um esporte de alto nível em seu país. Cerca de 700 lutadores competem em nível de seleção e algumas disputas são transmitidas na TV. Ela diz que não sofre preconceito com a modalidade escolhida, mas conta que o choque é normal quando conta o que faz.
?As pessoas ficam surpresas que posso ser uma garota e praticar um esporte desses, considerado machista. Mas não sinto preconceito, ninguém vem me falar que é algo de bar. As pessoas não conhecem o esporte, mas quando descobrem que é profissional, acham demais.?
Pela primeira vez no Brasil, a musa aprovou o país e até aproveitou para ir à praia. No entanto, achou apenas ?ok? a trilha sonora de parte do Mundial, com funk e sertanejo. Ela é mais fã de rock, trilha que domina a programação na hora em que a competição começa, com bons dinossauros como Black Sabbath, AC/DC e Deep Purple nas caixas de som.