França e Inglaterra só empatam por 1 a 1 em jogo ruim na estreia pela Eurocopa; confira!

O jogo começou morno tanto dentro quanto fora de campo

Milner, da Inglaterra, dribla o goleiro lloris e perde gol incrível na sequência | Reuters
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Se a Inglaterra queria passar a imagem de que a equipe que trouxe à Euro 2012 não deve ser colocada entre as favoritas, acertou em cheio. Já a França decepcionou após resultados convicentes na preparação para o torneio, principalmente dois de seus principais nomes, Franck Ribery e Karim Benzema. O resultado foi um jogo ruim e um empate em 1 a 1 nesta segunda-feira, na estreia das duas seleções no Grupo D da Eurocopa, em Donetsk.

Na próxima sexta-feira, dia 15 de junho, os ingleses duelam com a Suécia, em Kiev, às 13h (de Brasília). E os franceses, novamente em Donetsk, jogam com a Ucrânia

O jogo começou morno tanto dentro quanto fora de campo, com um estádio cheio de clarões na arquibancada de cadeiras laranjas na cor do Shakhtar Donetsk, dono do estádio - talvez uma consequência das dificuldades de acomodação e transporte na cidade, e também de um documentário de TV inglês expondo o problema do racismo no futebol local. No início da partida, quem mais se manifestou foi a torcida russa que invadiu Donetsk. Os gritos de "Rússia! Rússia!" abafavam os de "Come on, England!" e "Allez, les Bleu".

Em campo, a Inglaterra tomou a iniciativa da partida bem ao estilo do país. O que virou o "jeito Chelsea" de jogar desde que o time azul conquistou a Liga dos Campeões, fechado na defesa e saindo em velocidade nos contra-ataques, já vinha sendo trabalhado pelo treinador Fabio Capello até sua saída em fevereiro e é o esquema predileto de seu substituto, Roy Hodgson. Aos franceses restou arriscar os chutes de fora da área.

Foi num deles que Nasri criou a primeira chance de gol, aos 10 minutos, mas a bola passou à direita de Joe Hart. Cinco minutos mais tarde, Yohan Cabaye testou novamente o goleiro inglês e Hart espalmou no susto. A resposta inglesa não demorou. Quando finalmente conseguiu encaixar um contra-ataque, a Inglaterra quase abriu o placar. James Milner recebeu em profundidade, passou pelo goleiro Hugo Lloris, mas se enrolou e bateu na rede pelo lado de fora. Fora das duas primeiras partidas da Inglaterra na Euro, por conta de suspensão nas Eliminatórias, Wayne Rooney lamentou a jogada assistindo da arquibancada

Se o novo estilo inglês não funcionou, o English Team partiu para a velha tática do jogo aéreo. Aos 30, Steven Gerrard bateu falta pela direita e o Joleon Lescott subiu às costas de Alou Diarra para cabecear para rede. Um prêmio para o técnico Roy Hodgson, que apostou no zagueiro do Manchester City e criou polêmica ao deixar Rio Ferdinand em casa.

Com Franck Ribery e Karim Benzema um tanto discretos, quase apagados, a resposta francesa também veio pelo alto, aos 35. Alou Diarra teve duas chances de empatar de cabeça numa mesma jogada. Primeiro, após cruzamento de Nasri pela direita, o toque parou em grande defesa de Joe Hart. Na sequência, nova cabeçada que passou à direita do gol.

Sem conseguir entrar na defesa adversária, a solução da França foi novamente chutar de longe. Aos 39, o melhor nome francês na primeira etapa, Nasri, bateu da entrada da área e contou com alguma colaboração de Joe Hart que chegou tarde na bola que entrou em seu canto direito. Na comemoração, o meia campeão inglês pelo Manchester City pôs o dedo na boca para mandar a torcida inglesa fazer silêncio.

Clássico só no nome

No intervalo de um jogo sem grandes emoções, quem fez barulho não foram os russos, mas os brasileiros. Uma versão dance de "Ai, se eu te pego" levantou o público. Em seguida, um grupo de seis brasileiros, cada um com uma letra do nome Brasil na camisa, começou a batucar na arquibancada. Com o estádio ainda mais vazio durante a pausa, o som dos tamborins ecoou bem alto e, somado ao calor, deixou Donetsk com jeito verde e amarelo por alguns segundos.

No início da etapa final, a parte da animação coube novamente à torcida, que enfim conseguiu emplacar a "ola" que vinha tentando fazer rodar o anel da arquibancada desde o primeiro tempo. Passados 20 minutos, tudo o que os ingleses tinham para lembrar era uma queixa de uma suposta falta de Mathieu Debuchy sobre Gerrard na entrada da área, enquanto os franceses tiveram uma primeira aparição de Benzema num chute de longe que Joe Hart defendeu no meio do gol.

Roy Hodgson ainda tentou mudar a situação com o que tinha no banco a 12 minutos do fim. Mexeu no meio campo, trocando Scott Parker por Jordan Henderson e botando Jermain Defoe na vaga de Alex Oxlade-Chamberlain, que sentiu o peso de estrear num grande torneio aos 18 anos e passou boa parte do jogo atrapalhando-se com a bola.

Laurent Blanc esperou um pouco mais para mexer, já com seis minutos para terminar, lançando Marvin Martin e Hartem Ben Arfa nos lugares de Florent Malouda e Cabaye, que pouco antes tentara tirar o zero do placar com um belo chute de fora da área: Danny Welbeck desviou quase de calcanhar para fora, evitando que a bola entrasse no canto esquerdo. Fora isso, nada mais aconteceu em campo numa partida que em momento algum mereceu ter um vencedor. Os franceses e ingleses que decidiram não viajar até Donetsk fizeram um ótimo negócio.

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