Mulher por trás do romântico Tite usa sempre o “nós” para relembrar títulos

Casada há 29 anos com o técnico, esposa relembra como começou o romance e fala da sua importância na vida do treinador: “Sou eu quem faço as anotações

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Já são 29 anos de casados, e o clima de conquista ainda é o mesmo de quando se conheceram. Flores, cartas, bilhetinhos, declarações... Sem contar os olhos marejados e os suspiros apaixonados quando um fala do outro. Rose diz ser a alma gêmea de Tite, e parece impossível contestá-la. Em rápida conversa dá para perceber. É um amor daqueles que empolga os românticos e faz os durões refletirem.

? Ele é tudo pra mim. É meu porto seguro ? resumiu Rose, famosa por ser invariavelmente citada pelo técnico em suas entrevistas. Ele já disse em coletiva que aproveitava a folga para "namorar" e que ela andou "fazendo greve".

Às vésperas da despedida do treinador do Corinthians, o GloboEsporte.com visitou o apartamento do casal para falar com Rose. Tite não quis estar presente para deixar a esposa mais à vontade. Por mais de 20 minutos, ela falou empolgada sobre como eles se conheceram, há 32 anos, e também sobre sua importância no trabalho dele. Ela é praticamente integrante da comissão técnica.

O lindo romance de Tite e Rose começou em Caxias do Sul, onde nasceram, no Rio Grande do Sul. Durante um ano, os dois apenas trocaram olhares.

? Eu trabalhava no restaurante do meu pai e sempre via o Tite deixando a irmã dele para trabalhar numa empresa que era lá perto. Só sei que descia por ali um rapaz lindo que ficava me olhando. Eu também olhava, claro. Mas ficamos um ano assim, até que um dia ele apareceu lá, pegou no meu braço e disse: ?Preciso falar como você, garotinha? ? contou a esposa.

A atitude de Tite derreteu a moça. Encantada pelo ?rapaz lindo?, Rose aceitou que ele fosse até sua casa pedi-la em namoro aos seus pais. A resposta foi sim, mas veio com preconceito por Tite, à época, ser jogador de futebol. Algo que ele, muito embora não fosse tão habilidoso em campo, teve de driblar usando seu carisma.

? Não foi fácil pra ele, não. A ideia que meus pais tinham era de que jogador de futebol só bebia e era mulherengo. Demorou um pouco até que eles percebessem que o Tite era uma rapaz honesto, gente boa. Mas como meu pai via os jogadores do Caxias e do Juventude bebendo no restaurante, ele se preocupava em saber onde a filha dele ia se meter ? lembrou Rose.

Os primeiros anos de namoro foram mais por telefone e por cartas (que ela guarda até hoje no Sul), já que Tite estava longe - primeiro em São Paulo, jogando pela Portuguesa, e depois em Campinas, defendendo o Guarani. Veio, então, o casamento, no dia 30 de novembro de 1984. De lá para cá, Rose passou a ser não só esposa de Tite, mas também sua principal conselheira profissional.

O casamento

Tite e Rose tinham marcado casamento para o dia 22 de dezembro de 1984. Mas, no mês anterior, o então volante teve uma lesão no joelho e precisou marcar cirurgia para 5 de dezembro. Em vez de adiar o enlace, os dois optaram por antecipar para 30 de novembro. Casados, pegaram o carro rumo a Campinas.

? Saímos de Caxias, subimos por Florianópolis e paramos em Camboriú para uma lua de mel de poucos dias. Depois fomos direto para o hospital onde ele seria operado. Ficamos conhecidos por lá como o ?casalzinho da lua de mel? ? contou Rose.

Segundo ela, Tite sempre foi romântico. Nunca deixou de se declarar para ela ao longo desses 29 anos. Muito menos de mandar flores e escrever cartas e bilhetinhos. Mas a homenagem (é assim que ela vê) que ele mais faz a Rose é citá-la constantemente em suas entrevistas coletivas como treinador.

? Cada vez que ele coloca o meu nome em uma palestra eu vejo como um presente.

Rose não entra em campo, não escala a equipe e não ajuda nas contratações, mas é tão campeã quanto Tite. É assim que ela se sente. Não à toa, usa a primeira pessoa do plural para se referir às conquistas do marido. Em frases recheadas de "nós", ela fala com orgulho da trajetória de Adenor Leonardo Bacchi.

? Todos os títulos que nós conquistamos são especiais de um jeito diferente. Subimos o Veranópolis, ganhamos o Gauchão com o Caxias, contra o Grêmio de Ronaldinho e Zinho. Depois fomos campeões com o Grêmio, com o Inter, nossa! E no Corinthians, então, conquistamos um Brasileirão que ainda não tínhamos, a Libertadores, o Mundial, o Paulista, a Recopa... Só títulos inéditos.

É, Rose é parte do time, como ela mesmo diz. Natural esse sentimento diante da sua importância para Tite. É ela quem escuta do técnico todos os dias, quem lhe dá dicas de como sair de uma situação complicada e quem lhe ajuda a lidar com as relações humanas de uma maneira mais serena.

? Eu participo tanto que, quando ele me fala alguma coisa, eu já sei de qual jogador ele está falando antes mesmo de ele me dizer. Sou eu quem faço as anotações para ele antes dos jogos, sou eu quem sugiro alguma coisa, mas nunca interfiro nas decisões dele dentro de campo. Nunca ? completou Rose.

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