Fora das finais dos grandes torneios internacionais desde 2012, Espanha e Itália fazem, nesta terça-feira, (6/7) em Wembley, às 16 horas (de Brasília) a primeira semifinal da Eurocopa, mas que para muitos críticos vai se tratar de uma decisão antecipada. Técnicos e jogadores não aceitam este rótulo, mas a campanha das equipes nos últimos tempos e na própria competição credenciam as duas seleções a terem este favoritismo sobre Dinamarca e Inglaterra, adversários de quarta-feira na outra disputa por uma vaga na final.
Campeões europeus somente em 1968, os italianos, ausentes na última Copa do Mundo, não perdem desde setembro de 2018, há 32 partidas. A partir do momento em que o tenor Andrea Bocelli encantou o público no Estádio Olímpico de Roma, ao interpretar "Nessun Dorma" na cerimônia de abertura, a Azurra foi perfeita, com três vitórias impressionantes na fase de grupos, sem sofrer gols. Em seguida, uma vitória corajosa sobre uma Áustria melhor do que o esperado nas oitavas de final e o jogão no triunfo sobre a Bélgica nas quartas.
Muita coisa mudou desde que Roberto Mancini assumiu o comando da seleção, em maio de 2018. A equipe mostra marcação forte e alta energia para pressionar o adversário, sempre em ritmo acelerado. A defesa conta com os experientes Leonardo Bonucci e Giorgio Chiellini e, desta forma, sofreu apenas dois gols. No ataque, Ciro Immobile e Lorenzo Insigne estão dando conta do recado.
Apesar de não assumir o favoritismo, o técnico Luis Enrique afirmou, nesta segunda-feira, que nenhuma equipe está atuando melhor que a Espanha na Eurocopa. A confiança do treinador está acumulada após apenas uma derrota nos últimos 29 duelos. São 13 sem derrota na sequência, apesar da defesa ainda estar em formação, com a presença de Aymeric Laporte. No ataque, Álvaro Morata continua frustrando a torcida, que precisou encarar uma disputa de penalidades para passar pela Suíça nas oitavas de final.
Mas o vencedor da partida sairá no meio-campo onde a Espanha pode desafiar seriamente a Itália. Jorginho, Nicola Barella e provavelmente Marco Verratti contra Sergio Busquets, Pedri Gonzalez e Koke será um duelo que valerá o ingresso.
Há nove anos, em Kiev, na Ucrânia, a Espanha venceu por 4 a 0. Restam dois jogadores de cada país: Bonucci e Chiellini para a Itália e Jordi Alba e Busquets para a Espanha. O momento das duas seleções é de ressurgimento para honrar os títulos europeus (três a um para os espanhóis) e mundiais (quatro a um para os italianos).
Espera-se que os espanhóis tenham mais posse de bola, mas talvez não tanto quanto eles estão acostumados, enquanto os italianos devem se lançar rapidamente em contra-ataques, procurando usufruir da lentidão de Busquets.
"É um estilo de futebol que a Espanha jogou nos últimos 15, 20 anos e trouxe um sucesso incrível", disse Mancini. "Nosso estilo de jogo é um pouco diferente. Nós somos a Itália. Não podemos necessariamente tornarmos espanhóis do dia para a noite. Temos a nossa forma de jogar vencedora e vamos tentar sermos fiéis a isso", completou o treinador, que não poderá contar com o lateral-esquerdo Leonardo Spinazzola, com uma lesão grave no tendão de Aquiles. Emerson Palmieri deve preencher o espaço.
Espanha pod ser tetra
Uma vitória da Espanha, que tem o time mais jovem do torneio, configura a perspectiva de um terceiro título do Campeonato Europeu em quatro edições e potencialmente o início de um novo período de sucesso para um país que dominou o futebol mundial de 2008/12.
*Com informações do Terra