Escolha de Dunga como técnico reflete exigência por comprometimento com a seleção brasileira

E que esse pensamento fique acima até do potencial técnico dos convocados para representar o país

Dinga deixa sua residência | Reprodução
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A escolha do nome de Dunga, 50, para ser novamente o técnico da seleção brasileira passa por um alinhamento de pensamento entre a direção da CBF e o treinador.

José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, atual e futuro presidente da confederação, acreditam que o novo treinador deva ter como conceito básico o comprometimento dos jogadores com a seleção brasileira. E que esse pensamento fique acima até do potencial técnico dos convocados para representar o país.

O lema pregado dentro da confederação é: só veste a camisa da seleção brasileira quem, além de ter qualidade, demonstre comprometimento e abra mão de outros desejos para ser campeão com a camisa verde e amarela.

E Dunga era o técnico mais associado a esse pensamento. Por isso, será apresentado nesta terça, no Rio, como novo técnico do time nacional.

O treinador já demonstrou essas características exigidas pela CBF na Copa de 2010, quando abriu mão de medalhões, como Adriano, e chamou jogadores comprometidos com o time e de menor qualidade técnica. A convocação de Grafite para aquele Mundial é um exemplo dessa conduta de Dunga.

Muitas pessoas que trabalham no futebol, por vezes, constroem suas esperanças em torno de um jogador, muitas vezes por razões de marketing, e elas acreditam que esse jogador vai resolver todos os problemas. Isso não é verdade. Sem trabalho adequado em equipe, você não pode ganhar", afirmou Dunga em entrevista à agencia alemã DPA no início de julho.

Em 2013, Marin cobrou publicamente que os jogadores tivessem comprometimento com a seleção brasileira. O cartola reclamou de que Ramires se apresentou com um dia de atraso para o amistoso contra a Rússia porque teve um jantar no dia anterior.

Na ocasião, o volante foi cortado da equipe e gerou revolta na cúpula da CBF.

Mesmo assim, Ramires continuou sendo convocado por Luiz Felipe Scolari, foi à Copa do Mundo e entrou na equipe em várias partidas.

São situações como essa que a diretoria da entidade não quer que se repita. A ideia com Dunga é que, para vestir a camisa da seleção, o atleta não pode pisar fora da risca.

A proposta é que o jogador pode ser uma estrela. Mas, se não se adequar ao conceito de que a seleção brasileira se sobrepõe às individualidades, não será convocado.

Passou o tempo em que um jogador da Costa Rica olhava para um jogador da Argentina ou do Brasil e admirava sua camisa. Hoje em dia, eles saem para ganhar", disse Dunga à agência alemã.

Ele poderá testar esse conceito no dia 5 de setembro, quando a seleção jogará contra a Colômbia, nos EUA.

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