Em pouco mais de dez anos na Fórmula 1, Ayrton Senna teve a oportunidade de passar pelas escudeiras Toleman (1984), Lotus (1985-1987), McLaren (1988-1993) e Williams (1994). Mas o piloto brasileiro nunca escondeu o desejo de vestir o macacão vermelho da Ferrari - sonho que acabou sendo impedido pelo trágico desfecho do GP de San Marino de 1994. Vinte anos depois, Fernando Alonso e Kimi Raikkonen, que defendem a escuderia italiana na atual temporada, discursaram sobre o legado do tricampeão mundial, durante o evento ?Ayrton Senna Tribute?, em Ímola, na Itália.
- Eu ainda tenho em mente as manchetes dos jornais que falavam dos incríveis duelos entre Ayrton Senna e Alain Prost. Senna foi muito importante para mim. Eu tinha um pôster pendurado no meu quarto. O único aspecto positivo da tragédia que levou Ratzenberger e Ayrton foi que o aumento da segurança na Fórmula 1. Na verdade, podemos dizer que há um pouco de Senna e Ratzenberger em nossos carros, porque nada permaneceu igual após aquele terrível fim de semana de 1994 - emocionou-se Alonso.
Em meio a mais de 20 mil fãs do piloto brasileiro e do austríaco Roland Ratzenberger, morto em um acidente no treino classificatório realizado um dia antes, os pilotos da Ferrari participaram de uma merecida homenagem no circuito de Ímola, na Itália, palco do fim de semana mais sombrio da história da Fórmula 1. Na curva Tamburello, local do acidente fatal de Senna, uma celebração lembrou a trajetória vitoriosa do piloto brasileiro e emocionou a legião de torcedores, que permanecem saudosos duas décadas depois.
- Eu era muito jovem e vi o acidente pela televisão, mas me lembro de tudo o que aconteceu no dia seguinte. Na escola, todos estavam falando sobre isso. Senna foi um piloto muito importante para a Fórmula 1, e sua morte provocou uma grande transformação no nível de segurança em nosso esporte. Isso impediu que novas tragédias viessem a acontecer. Infelizmente, não é possível mudar o passado, tanto para ele quanto para Ratzenberger. A única coisa que podemos fazer é lembrar este campeão, que marcou para sempre a F-1 - completou Kimi.
Nas entrevistas concedidas nos primeiros anos na Fórmula 1, Ayrton Senna já demonstrava o desejo de pilotar um carro da Ferrari. Em um depoimento recente, a apresentadora Adriane Galisteu, última namorada do brasileiro, revelou que um dos três grandes sonhos de Ayrton era defender a equipe italiana. Por uma trágica coincidência, o tricampeão mundial acabou perdendo a vida no Autódromo Enzo e Dino Ferrari, localizado a apenas 90km de Maranello, base da escuderia mais vitoriosa da história da categoria, com 16 títulos do Mundial de Construtores e 15 de Pilotos.