Ednaldo Rodrigues decidiu encerrar sua luta judicial para reassumir o comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Nesta segunda-feira (13), o ex-presidente protocolou uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) abrindo mão do recurso que tentava garantir seu retorno à presidência da entidade.
O gesto põe fim a uma série de embates judiciais que marcaram os últimos meses da CBF, com disputas internas, denúncias de falsificação de assinatura e até uma intervenção determinada pela Justiça do Rio de Janeiro.
Motivos pessoais e respeito institucional
Na petição apresentada ao STF, a defesa de Ednaldo alegou que os acontecimentos recentes afetaram sua vida familiar e sua honra pessoal. Ele declarou não ter mais interesse em disputar cargos na entidade, tampouco apoiar candidatos nas próximas eleições da CBF.
“Este gesto, sereno e consciente, representa o esforço do Peticionário em deixar para trás este último ato do litígio... reafirmar seu compromisso com o respeito à Justiça, à verdade dos fatos e à estabilidade institucional da Confederação Brasileira de Futebol”, diz trecho do documento.
Entenda a crise
A crise na CBF se intensificou após uma denúncia de que a assinatura do Coronel Nunes, ex-presidente da entidade e um dos signatários do acordo que selou a paz entre Ednaldo e seus opositores, teria sido falsificada. A suspeita levou à reabertura de investigações sobre o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público do Rio de Janeiro, que havia legitimado a eleição de Ednaldo em 2022.
A fragilidade de saúde do Coronel Nunes, diagnosticado com câncer cerebral e com sinais de comprometimento cognitivo, dificultou sua participação nas apurações, o que acabou contribuindo para o novo afastamento de Ednaldo da presidência, determinado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Novo comando à vista
Com a saída definitiva de Ednaldo, o interventor e vice-presidente Fernando Sarney marcou para o próximo dia 25 a eleição presidencial da CBF. Apenas um nome está na disputa: Samir Xaud, atual presidente eleito da Federação Roraimense de Futebol. Curiosamente, o mandato de Xaud em Roraima só começa em 2027, mas ele já se articula para comandar o futebol brasileiro em nível nacional.
Seleção não para
Enquanto os bastidores da entidade seguem em ebulição, a Seleção Brasileira se prepara para uma nova era sob o comando do técnico Carlo Ancelotti, contratado para substituir Dorival Júnior após uma sequência de maus resultados.
O treinador italiano assume oficialmente na próxima segunda-feira (20), quando anunciará sua primeira convocação. Ele comandará o Brasil nas próximas partidas da Data Fifa, contra Equador e Paraguai.
Ancelotti minimizou a instabilidade política da CBF ao aceitar o cargo:
“Meu contrato é com a CBF, não com pessoas. Estou focado no futebol.”
Com a saída de Ednaldo Rodrigues, encerra-se essa fase turbulenta na gestão da entidade, ou será que não? Uma coisa é fato, resta ao novo presidente o desafio de resgatar a estabilidade institucional e devolver o protagonismo ao futebol brasileiro, dentro e fora de campo.