A Haas Automation, empresa responsável pela equipe americana de Fórmula 1, Haas F1 Team, revelou nesta terça-feira (8) que enfrenta uma “diminuição dramática” na demanda por seus produtos após as novas tarifas alfandegárias impostas pelo governo dos Estados Unidos. Apesar da crise, a escuderia da F1 afirma que as dificuldades econômicas não impactam suas operações neste momento.
Redução de produção e incertezas
Com sede na Califórnia, a Haas Automation é uma das maiores fabricantes de máquinas-ferramenta dos Estados Unidos e emprega mais de 1.700 pessoas. Segundo comunicado divulgado pela companhia, as recentes decisões tarifárias causaram queda expressiva na procura por seus produtos, levando à redução de produção, suspensão de contratações, eliminação de horas extras e congelamento de novas vagas de trabalho.
A empresa atribui a queda à política comercial do presidente Donald Trump, que voltou ao noticiário ao aolicar um novo “tarifaço” no início do mês. A medida, segundo a Haas Automation, ameaça a competitividade da indústria nacional, sobretudo se for mantida a possibilidade de redução de tarifas sobre máquinas-ferramenta de países como Japão, Taiwan e Coreia, sem compensações para os fabricantes americanos.
“Estamos otimistas de que o governo apresentará soluções para aliviar os fabricantes dos EUA. Sem isso, o impacto sobre a indústria de máquinas-ferramenta, avaliada em US$ 5 bilhões, pode ser catastrófico”, alertou a companhia.
Fórmula 1 segue em ritmo normal
Apesar do alerta financeiro, a equipe de Fórmula 1 garantiu que o momento delicado da empresa-mãe não altera os planos esportivos para 2025. Em nota, um porta-voz da Haas F1 afirmou que o planejamento, o desenvolvimento dos carros e o processo de recrutamento seguem normalmente.
“A declaração feita pela Haas Automation em relação às taxas alfandegárias e à administração Trump não tem impacto sobre a Haas F1. No que diz respeito à equipe, as coisas continuam como de costume”, declarou.
A Haas F1 foi fundada em 2016 e completa, em 2025, dez temporadas na principal categoria do automobilismo mundial. Seu melhor desempenho até hoje foi o quinto lugar no campeonato de construtores em 2018, sem nenhuma vitória ou pódio. A equipe também é dona da Haas Factory Team, que compete na Nascar.
Mais uma equipe americana a caminho
A partir do próximo ano, a Haas deixará de ser a única representante dos Estados Unidos na Fórmula 1. Em março, a entrada da equipe Cadillac, pertencente à General Motors, foi oficialmente aprovada, após mais de um ano de negociações com a FIA.
A chegada de uma nova escuderia americana coincide com o aumento da popularidade da Fórmula 1 nos EUA, impulsionado por etapas como o GP de Miami e o GP de Las Vegas, além do sucesso da série Drive to Survive na Netflix.