Como um filho feio sem pai, o Maracanã agoniza, abandonado, vítima de um escancarado jogo de empurra. O descaso vai além das cadeiras arrancadas e da onda de saques ao paciente terminal. Na mesma proporção em que aumenta a deterioração, sobem as dívidas referentes ao fornecimento de água, luz e gás. A inadimplência já chega a quase R$ 5 milhões.
O Complexo Maracanã Entretenimento SA enviou ao governo do estado e ao comitê Rio 2016, há pouco mais de uma semana, uma notificação a respeito dessas pendências. De acordo com o documento, a dívida com a Light, acumulada desde setembro, chegou a R$ 2.920.768,88.
Com a Cedae, a inadimplência referente também ao Maracanãzinho se estende desde março e chegou a R$ 1.952.145,65. A dívida com a CEG, de junho a dezembro, era de R$ 6.170,56.
Por e-mail, a assessoria da casa civil deu uma resposta vaga sobre os recentes furtos no estádio: “O Estado foi informado do furto pelos órgãos de segurança e adotará as medidas legais e contratuais cabíveis relativas ao ocorrido. Cabe ressaltar que o Complexo Maracanã, conforme contrato vigente, está sob responsabilidade da Concessionária Maracanã S.A.”, diz a nota.