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Divida do Corinthians continua em crescimento e chega a mais de R$ 2 bilhões

Balancete financeiro de julho mostra déficit de R$ 103 milhões e aponta cenário de alerta, com riscos esportivos e transfer ban em vigor.

O maior montante relacionado a dívida do Corinthians, vem da Arena | Foto: Bruno Granja
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A crise financeira do Corinthians continua a se agravar. Segundo o balancete de julho divulgado pelo clube, a dívida total já atinge R$ 2,7 bilhões, consolidando um cenário preocupante nas contas do Timão. O documento também aponta um déficit acumulado de R$ 103 milhões até o meio do ano, com previsão de encerrar 2025 ainda no vermelho, com resultado negativo estimado em R$ 83,3 milhões.

Desse montante bilionário, R$ 655 milhões correspondem ao financiamento da Neo Química Arena, estádio inaugurado em 2014. O restante envolve obrigações diversas, como impostos, empréstimos, pendências com outros clubes e pagamentos de direitos de imagem de jogadores.

Evolução da dívida do Corinthians — Foto: Divulgação 

Déficit e juros altos

O balancete revela que o resultado operacional, sem considerar despesas financeiras, amortizações e depreciações, ficou em déficit de R$ 3 milhões. No entanto, o que mais pesa sobre o caixa corintiano são os juros da dívida, que já somam mais de R$ 121 milhões até julho.

Enquanto o departamento de futebol conseguiu apresentar um superávit de R$ 13 milhões, o clube social permanece no vermelho, com resultado negativo de R$ 26,5 milhões. A diferença entre as áreas mostra o desafio de equilibrar as contas entre o futebol profissional e as demais operações do clube.

Comitê tenta conter a crise

Em meio à pressão financeira e às cobranças de torcedores, a atual diretoria criou um comitê de planejamento estratégico e reestruturação financeira. Segundo o presidente Osmar Stabile, o grupo tem como objetivo “garantir o equilíbrio financeiro e a sustentabilidade a longo prazo” do Corinthians.

O comitê será diretamente subordinado à Presidência e atuará em conjunto com a Diretoria Financeira, buscando reduzir despesas, aumentar receitas e adotar uma gestão mais técnica e moderna.

Osmar Stabile, presidente do Corinthians — Foto: Marcos Ribolli 

Dívidas já impactam o futebol

Os problemas financeiros do Corinthians não estão restritos ao campo contábil, já afetam o desempenho esportivo. O clube sofre desde 12 de agosto com um transfer ban, proibição imposta pela FIFA por conta de uma dívida de cerca de R$ 40 milhões com o Santos Laguna, do México, referente à compra do zagueiro Félix Torres.

E a situação pode piorar. A Corte Arbitral do Esporte (CAS) negou um recurso do Corinthians e determinou que o clube pague R$ 41,3 milhões ao paraguaio Matías Rojas. Caso o pagamento não ocorra, um segundo transfer ban será aplicado, impedindo novas contratações.

Condenações somam mais de R$ 40 milhões

Além dessas pendências, o Corinthians acumula outras quatro condenações na FIFA, ainda sob análise do CAS. Entre elas estão:

  • US$ 4,33 milhões (R$ 23,3 milhões) ao Talleres-ARG, pela contratação de Rodrigo Garro;
  • € 1,075 milhão (R$ 6,7 milhões) ao Shakhtar Donetsk, pelo empréstimo de Maycon;
  • US$ 1,5 milhão (R$ 8 milhões) ao Philadelphia Union, pela compra de José Martínez;
  • € 1 milhão (R$ 6,25 milhões) ao Midtjylland, da Dinamarca, pela contratação do volante Charles.

O desafio de reerguer o Timão

Com uma dívida bilionária, bloqueios em vigor e novos processos à vista, o Corinthians enfrenta um dos períodos mais delicados de sua história recente. Apesar dos esforços da diretoria e de iniciativas como o novo comitê de reestruturação, o desafio é enorme: equilibrar as contas, recuperar a credibilidade financeira e preservar a competitividade esportiva de um dos clubes mais tradicionais do país.


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