Pela segunda vez nesta temporada, a venda de ingressos gerou polêmica em São Januário. Assim como na final da Copa do Brasil, a procura para a partida contra o Corinthians no próximo domingo foi tão grande que a carga total destinada aos vascaínos se esgotou em poucas horas de venda. Ao todo, foram 15.122 vendidos para os não sócios, que se somam aos 2.575 comprados pelos associados no dia de venda exclusiva. A quantidade é bem abaixo dos 24.584 permitidos no último laudo realizado pelo Corpo de Bombeiros. Mas a diretoria vascaína reconhece que não tem como colocar tudo à venda nas bilheterias.
Segundo o vice de patrimônio do Vasco, Fred Lopes, a explicação é simples. Pouco mais de mil ingressos antes mesmo de as vendas se iniciarem já estão comprometidos com os parceiros do clube como a Eletrobras, ALE, BMG, entre outros. Esta medida está estipulada nos contratos de patrocínio antes mesmos deles serem assinados. Além desta carga, o Vasco reserva aproximadamente duas mil gratuidades que também são obrigatórias. Existem também convites formais, mas que representam um número pequeno.
Fred Lopes ressaltou também que os cerca de dois mil ingressos destinados aos torcedores do Corinthians ainda não foram vendidos em sua totalidade. Com a provável venda, o público em São Januário vai aumentar ainda mais. O mesmo vai acontecer com a venda de cerca de 1.800 ingressos para o Setor Premium, que foi vistoriado e aprovado pelos Bombeiros, mas ainda não teve o esquema de venda divulgado pela diretoria.
- A matemática é simples se arredondarmos. 15 mil vascaínos garantiram os ingressos. Temos ainda dois mil para o Corinthians, mil para patrocinadores, duas mil gratuidades e 1.800 no Setor Premium. Somando já vai dar praticamente a capacidade total. Tudo isso arredondando, é claro - afirmou.
Toda esta matemática acaba gerando algumas disparidades como por exemplo no jogo contra o Atlético-GO, quando foi divulgado que a carga total havia se esgotado, mas São Januário acabou recebendo 14.566 pagantes e 17.935 presentes. Segundo Fred Lopes, isto acontece porque nem sempre os ingressos já comprometidos são utilizados.
- Os dois mil ingressos para a torcida do Atlético-GO estavam disponíveis para eles, entram na carga total, mas não foram utilizados. Foi mínimo o número de torcedores. Contra o Corinthians, isto não vai acontecer. O mesmo se diz das gratuidades e dos patrocinadores. São ingressos que não podemos mexer, mas que nem sempre são utilizados em sua totalidade. E neste jogo ainda não tinha o Setor Premium, o que diminui ainda mais - explicou.
Mas, para Fred, a grande questão em relação à capacidade de São Januário diz respeito ao conforto e segurança de quem consegue adquirir o ingresso. Apesar de o laudo permitir pouco mais de 24 mil, o clube não coloca tudo para evitar problemas maiores e atender aos pedidos de órgãos como a Polícia Militar que trabalha para garantir a ordem dentro de São Januário.
- Não vão ser mais mil ingressos que vão solucionar o nosso problema. Queremos ter controle sobre o que acontece dentro do nosso estádio para evitar maiores complicações. Tudo isso está previsto no nosso plano de segurança elaborado com as autoridades competentes. Infelizmente nossa realidade hoje é essa. Se tivéssemos como colocar cem mil pessoas aqui tenho certeza de que tudo seria vendido, ainda mais em um jogo deste apelo e com o momento maravilhoso que vivemos em campo - explicou.
Volume rápido das vendas também é explicado
A grande polêmica começou quando os ingressos se encerraram poucas horas após a abertura das bilheterias. Segundo Fred Lopes, 50% dos 15.122 ingressos foram vendidos em poucas horas na internet. Ele relembrou que desde a final da Copa do Brasil, o Vasco disponibiliza metade da carga para ser comercializada pela grande rede - antes isto não acontecia e a carga total foi vendida online frustrando milhares de torcedores que formaram filas sem ter ingressos para comprar.
No entanto, em jogos de menor apelo esta quantia raramente se esgota. Não foi o caso da partida contra o Corinthians. Com isso, os 12 pontos de venda espalhados pela cidade iniciaram a comercialização de pouco mais de 7.500 ingressos que acabaram se esgotando rapidamente em função das grandes filas.
- Em todo jogo a gente coloca 50% da carga na internet. Em jogo de pequeno apelo essa quantia não se esgota. Já no contrário vai rapidamente em função principalmente da praticidade. O que sobra vai para as 12 bilheterias e acabam se esgotando rapidamente. Volto a dizer que a nossa realidade é essa. Não temos como colocar mais gente - explicou.
Por enquanto sem planos de ampliação
Uma velha discussão que acontece no Vasco diz respeito a um possível plano de ampliação de São Januário. Já cogitaram a possibilidade da construção de uma nova arquibancada atrás do gol em que hoje fica o placar eletrônico que será substituído neste ano ainda. No entanto, o vice de patrimônio do clube garantiu que não há nada concreto sobre este assunto por enquanto.
- Estamos fazendo estudos e levantando possibilidades, mas não existe nada concreto. Vamos ver em um futuro como isso poderá ser realizado ou se até mesmo a construção de uma nova arena poderia ser viabilizada - finalizou Fred Lopes.