Derrotas históricas: a crise das seleções brasileiras na era Ednaldo Rodrigues

A goleada da Argentina por 4 a 1 sobre o Brasil, pelas Eliminatórias Sul-Americanas, expôs ainda mais o momento crítico vivido pelas seleções brasileiras sob a gestão de Ednaldo Rodrigues na CBF. Desde que assumiu a presidência em 2021, o futebol masculino e feminino, do profissional à base, acumulou resultados negativos e recordes indesejáveis.

O cenário inclui a pior campanha da história nas Eliminatórias, eliminações precoces em torneios de base, fracassos na Copa América e na Copa do Mundo feminina, além da ausência inédita da seleção masculina nas Olimpíadas de Paris-2024.

Recordes negativos no profissional

A campanha da seleção masculina nas Eliminatórias para a Copa de 2026 é a pior da história. O Brasil sofreu cinco derrotas em 14 jogos, algo que nunca havia acontecido. A goleada sofrida para a Argentina foi a pior do país na competição, assim como a derrota para a Colômbia foi a primeira da história das Eliminatórias. Além disso, o revés diante dos argentinos no Maracanã marcou a primeira derrota brasileira como mandante no torneio.

Em 2023, a seleção teve seu pior desempenho em mais de 80 anos, conquistando apenas 37% dos pontos disputados, com derrotas para seleções africanas como Senegal e Marrocos. A eliminação precoce na Copa América de 2024, caindo nas quartas de final para o Uruguai, ampliou a crise.

Fracassos na base e no feminino

O futebol de base, que historicamente sempre rendeu bons resultados ao Brasil, também foi marcado por fracassos. A seleção sub-20 caiu nas quartas de final do Mundial de 2023 para Israel, enquanto a equipe sub-17 foi eliminada pela Argentina pelo mesmo placar.

A maior humilhação veio no início de 2025, quando a seleção sub-20 sofreu a pior derrota de sua história: um 6 a 0 contra a Argentina. O ciclo desastroso foi coroado com a não classificação para os Jogos Olímpicos de Paris-2024 no masculino, algo que não acontecia há mais de duas décadas.

No futebol feminino, a eliminação na fase de grupos da Copa do Mundo de 2023, algo que não ocorria desde 1995, e a campanha instável nos Jogos Olímpicos só aumentaram as críticas.

A incerteza do futuro

Com Ednaldo Rodrigues reeleito até 2030, a CBF busca um caminho para reverter a crise. Dorival Júnior, atual técnico da seleção principal, tem a missão de recuperar a equipe até a Copa do Mundo de 2026. Nos bastidores, o nome de Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, volta a ser especulado.

Enquanto isso, a pressão cresce por mudanças estruturais no futebol brasileiro, que vive um dos períodos mais conturbados de sua história.