Para o elenco do Fluminense o dia de trabalho seria normal. Os jogadores acordaram, vestiram o uniforme, tomaram café e....nada de campo. Em reunião privada, a diretoria anunciou a demissão de Renato Gaúcho e a chegada de Cuca. Notícia surpreendente, mas corriqueira nas Laranjeiras em 2009. Já é a quarta mudança de técnico na temporada.
No clube há apenas dois meses, Ruy engata seu terceiro comandante, e, apesar da fisionomia abatida, ao menos tenta renovar a confiança. - Todo mundo foi pego de surpresa após o café da manhã. Recebemos a notícia ruim, chata, e ainda estamos assimilando. É mais um treinador que o Fluminense troca e agora vai chegar o Cuca, que dispensa comentários. Fez belos trabalhos e esperamos que ele possa nos dar o que está faltando: as vitórias - disse.
O lateral-direito, entretanto, se mostrou consciente. Sem se iludir, ele avisou que uma simples mudança de técnico não será suficiente para mudar o panorama. - É difícil. Nenhum treinador faz milagre. A gente vê que a maioria das equipes que disputam a cabeça do campeonato mantêm o elenco, muda pouco, tem grupo que se conhece.
O treinador, como o exemplo do Muricy, acaba entrando em momento de desgaste. Imagina nesse momento turbulento. Não é fácil. O resultado precisa acontecer para ontem. Desligado do Botafogo em 2007, quando Cuca era o treinador, Ruy minimizou os problemas pessoais e assumiu a culpa pelo episódio. - Minha convivência com todos os treinadores sempre foi a melhor possível. Meus últimos meses no Botafogo foram difíceis para mim e para todos. Não apenas o Cuca. Na época, descobri uma doença do meu pai, ele faleceu, e trabalhar assim não é fácil. Muito do que aconteceu foi culpa minha, problemas particulares e de cabeça. Não vai existir vaidade ou orgulho. Vamos lutar pelo Fluminense.
Com 16 pontos e apenas três vitórias em 22 partidas, o Fluminense é o último colocado no Campeonato Brasileiro e encara o Náutico, domingo, às 18h30m, no Maracanã