O contrato de Dedé com o Vasco vai até 2014. O compromisso foi renovado no fim do ano passado, quando o zagueiro ganhou um reajuste salarial - que teve um novo acréscimo após o título da Copa do Brasil - e foi estabelecida uma multa que ultrapassa os 20 milhões de euros (pouco mais de R$ 50 milhões). No entanto, nada disso significa que ele irá continuar por muito mais tempo em São Januário. Pelo contrário, já no meio do primeiro semestre de 2012, a diretoria vascaína vai ter de começar a trabalhar para manter o camisa 26 em São Januário.
Dono de 50% dos direitos econômicos do zagueiro, o Vasco firmou um acordo com o grupo que detém a outra metade para nem escutar qualquer tipo de proposta antes do término da Libertadores. A partir daí, tudo precisará ser renegociado. Sincero, o diretor de futebol cruz-maltino, Rodrigo Caetano, disse imaginá-lo no clube até o fim de seu contrato. No entanto, não há como garantir essa possibilidade, frustrando o sonho dos vascaínos, que gostariam de ver o clube fazer o mesmo que Neymar fez com o Santos recentemente.
Para Caetano, os casos são extremamente diferentes. Novamente com a sinceridade que lhe é costumeira, o dirigente disse que Dedé ainda não é um ídolo nacional como Neymar. Por si só, isto já muda as tratativas. Ele prefere pensar aos poucos e valorizar o trabalho que já foi feito para mantê-lo até, pelo menos, a Libertadores.
- Muitos achavam que ele iria sair no meio deste ano, e agora temos garantias de que ele não sai antes da Libertadores. Nós trabalhamos com a realidade, não com os sonhos. A verdade é que o Dedé não vai ficar aqui até o fim da carreira, por isso não adianta fazer prognósticos. A multa existe, mas ela não significa muito. O que tem de ser avaliado é o valor do mercado. Quem foi o último a sair com o valor da multa? Então trabalho com os pés no chão. Ano que vem podemos pensar em uma nova engenharia para depois da Libertadores. Por agora agora estamos protegidos - afirmou o diretor, que também ressaltou a vontade de Dedé.
- Ele não quer sair agora, e isso também é determinante. Quando o pensamento mudar, voltamos a nos preocupar. Tem de ser ressaltado também que o Vasco não é detentor de cem por cento dos direitos econômicos do jogador, o que requer negociações sempre - explicou.
Se o Brasil ainda não idolatra Dedé, o mesmo não se pode dizer dos vascaínos. O zagueiro é chamado de "Mito" pelos torcedores, que já o colocam na galeria dos grandes ídolos do clube. E o Vasco já vai buscando lucrar. O clube lançou esta semana duas camisas personalizadas do jogador. Tudo isso é levado em conta pelo departamento de futebol, mas eles voltam a dizer que não há como fazer hoje um projeto semelhante ao que o Santos fez com Neymar.
- O Santos tem seus patrocinadores e seus lucros. Mas foi o que eu falei, ele é uma referência nacional. A situação muda. Para os vascaínos, o Dedé é o Neymar deles, mas é diferente em termos de mercado. Por isso disse que não depende só da nossa vontade. Mas estamos buscando parceiros a todo instante para mantê-lo aqui o tempo que for - finalizou Rodrigo.
Dedé e o Vasco voltam a entrar em campo na próxima quarta-feira, diante do Palmeiras, às 21h50m (de Brasília), no Pacaembu. Com 61 pontos, o Vasco segue como vice-líder do Campeonato Brasileiro, atrás do Corinthians, que possui a mesma pontuação, mas está no topo por ter uma vitória a mais.