Com uma vitória de virada por 3 sets a 1, o RJX se sagrou campeão da edição 2012/13 da Superliga Masculina neste domingo ao superar o Sada/Cruzeiro, com parciais de 15/25, 25/18, 25/18 e 25/14. O resultado quebrou um jejum de 32 anos do voleibol do Rio de Janeiro em competições masculinas nacionais e levou à loucura a torcida no Maracanãzinho.
O último título de um time carioca em competições nacionais havia acontecido em 1981, quando o Atlântica/Boavista superou o Pirelli na final e conquistou o Campeonato Brasileiro de Clubes. Já na Superliga Masculina, criada em 1994, nunca uma equipe do Rio de Janeiro havia sido campeã.
O RJX fez valer seu elenco recheado de estrelas para conseguir uma reação impressionante contra o então campeão. A decisão reuniu as duas principais equipes da temporada: os cariocas foram os líderes da primeira fase e só sofreram um revés nos playoffs, para o Vivo/Minas, na semifinal; já o Sada/Cruzeiro manteve a base campeã em 2011/2012 e teve o mesmo número de derrotas que o rival na primeira fase: quatro.
O jogo
Sada/Cruzeiro dominou o primeiro set, mas sofreu virada implacável Foto: Alexandre Arruda/CBV / Divulgação Sada/Cruzeiro dominou o primeiro set, mas sofreu virada implacável Foto: Alexandre Arruda/CBV / Divulgação
O Cruzeiro ditou o ritmo no primeiro set. O RJX abriu o placar e fez 2 a 0, mas os mineiros, com a força de seu conjunto, reagiram e construíram uma vantagem de quatro pontos após ace, o que obrigou o técnico Marcelo Fronckowiack a pedir tempo. Os donos da casa estavam desorganizados e tinham dificuldades para se defender.
As equipes passaram a errar muito na metade da etapa, o que beneficiou o Cruzeiro. No 14º ponto, a arbitragem marcou invasão do RJX e Bruninho desafiou. O uso da tecnologia comprovou a infração e o ponto foi para os visitantes, que no lance seguinte aumentaram a diferença para 15 a 8. Abatidos, os cariocas seguiram falhando e reclamando com os juízes. Fronckwoviack tentou reverter a situação colocando Da Silva e Guilherme nos lugares de Bruninho e Lucão, mas logo depois os cruzeirenses fizeram 21 a 11 e vibraram muito. Com ataque na ponta do cubano Leal, o Cruzeiro fechou o primeiro set em 25 a 15.
O RJX voltou com outra postura para o segundo set e logo fez 5 a 1. Os cariocas mantiveram a intensidade e o técnico Marcelo Mendez pediu tempo para frear o ritmo dos rivais. A pausa não fez efeito e o Cruzeiro seguiu perdendo por quatro pontos.
Atrás no placar, o Cruzeiro passou a forçar o saque e apostar em jogadas de velocidade pelas pontas. O time conseguiu um ace, mas o RJX acertou o bloqueio e diminuiu o ímpeto dos rivais com dois pontos seguidos no fundamento, fazendo 18 a 12. No fim do set, os mineiros pediam seu primeiro desafio, mas após muita discussão o ponto continuou com os cariocas. Com saque para fora de Maurício, o time da casa alcançou o set point e confirmou a parcial após belo saque de Thiago Alves, fazendo 25 a 18 e empatando o jogo em 1 a 1.
Ao contrário das etapas anteriores, nenhuma das equipes abriu grande vantagem no início do quarto set, o mais equilibrado até então. Novamente bem no bloqueio e com um saque preciso, o RJX fez 13 a 9. A torcida passou a apoiar a cada ponto e o time ganhou confiança. Já o Cruzeiro aceitou a pressão dos cariocas e parou de atacar. Após o 16 a 10, Mendez paralisou a partida para fazer com que seu time reagisse, mas a tentativa não deu certo. Seguros, bem diferente do início da partida, os donos da casa fecharam o set em 25 a 18 e se aproximaram da conquista do título.
A cada minuto que se passava no quarto set o RJX se aproximava mais da conquista. A equipe abriu quatro pontos de vantagem logo nos primeiros cinco minutos e só a aumentou, chegando à metade com 16 a 8 e começou a ouvir gritos de "é campeão" da torcida. No fim, a taça foi garantida por Theo, que em ace fechou o jogo em 25 a 14.