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De desconhecido a campeão africano: conheça o Pyramids, rival do Flamengo no Intercontinental

Fundado em 2008 e reestruturado em 2018, clube egípcio virou potência africana, atraiu brasileiros e conquistou a Champions continental antes de enfrentar o Flamengo por vaga na final contra o PSG

Pyramis conquistou a Liga dos Campeões da África | Foto: Getty Images
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O Pyramids, adversário do Flamengo na semifinal do Intercontinental, vive uma das trajetórias mais rápidas rumo ao topo do futebol africano. Criado em 2008 com outro nome e sem expressão nacional, o clube passou por uma reestruturação profunda em 2018, ganhou investimentos inéditos e conquistou seu primeiro título continental em 2025, credenciando-se para enfrentar o campeão da Libertadores em Doha, neste sábado, às 14h (de Brasília).

A transformação fez o time saltar de coadjuvante a protagonista em menos de uma década, deixando para trás rivais tradicionais e rompendo a hegemonia de Al Ahly e Zamalek, potências históricas do Egito.

 Pyramids, passou pelo Al Ahli da Arábia Saudita no último confronto - Foto: Getty Images

Mudança de nome, cidade e ambição

Originalmente chamado Al Assiouty Sport, o clube só estreou na elite egípcia em 2014. Caiu, voltou e permaneceu oscilando até ser comprado em 2018 por Turki Al-Sheikh, ex-presidente da Autoridade Esportiva Geral da Arábia Saudita. O investidor mudou o nome para Pyramids, levou a equipe para Novo Cairo e implantou investimentos que alteraram profundamente o ambiente.

Segundo o técnico Alberto Valentim, que trabalhou no clube naquele período, o projeto era ousado desde o início.

“Me lembro bem que, nas primeiras reuniões nossas, com a diretoria e com o próprio Sheikh, eles já diziam que o Pyramids seria o time a ser batido”, afirmou.

O treinador aponta que a estrutura ainda estava sendo montada naquele momento.

“As instalações todas estavam sendo montadas, toda a estrutura ainda estava sendo construída. Nós dividimos ainda um campo de centro de treinamento com outro clube da primeira divisão do Egito”, recordou.

Valentim ficou à frente do Pyramids só por três jogos — Foto: Reprodução Instagram 

A reformulação incluiu também a contratação de um grupo de jogadores brasileiros, entre eles Keno, Ribamar, Carlos Eduardo, Arthur Caíke e Rodriguinho. Valentim lembra que a chegada dos atletas atraiu grande atenção local.

“Os brasileiros eram os jogadores tecnicamente mais representativos, eram os jogadores que as pessoas ficavam mais curiosas”, contou.

Hoje, o elenco conta com apenas um brasileiro: Ewerton Silva, contratado por 2,8 milhões de euros em julho de 2025. O jogador, formado no futebol europeu, tornou-se o principal reforço para a temporada 2025/26.

Além disso, o clube mantém referências ao Brasil em dois atletas apelidados de Zico e Dunga, mostrando como a inspiração no país continua presente.

A passagem de Turki Al-Sheikh, apesar das polêmicas e do curto período de um ano, consolidou o Pyramids na parte alta da tabela. Em 2019, o clube foi transferido para o empresário dos Emirados Árabes Salem Saeed Al Shamsi, e os resultados começaram a aparecer.

O time chegou à final da Copa das Confederações da CAF em 2019 e conquistou seu primeiro troféu importante em 2024, ao vencer o ZED e levantar a Copa do Egito, algo que não acontecia com um clube fora do eixo Al Ahly–Zamalek desde 2011.

Turki Al-Sheikh investiu no Pyramids por um ano — Foto: Getty Images 

Campeão da África e estreia no Intercontinental

O ápice veio em junho de 2025, quando o Pyramids conquistou a Liga dos Campeões da África ao superar o Mamelodi Sundowns por 3 a 2 no agregado. A vitória colocou o clube entre os gigantes do continente, tornando-o apenas o quarto egípcio a erguer a taça.

A classificação para o Intercontinental veio acompanhada de triunfos sobre Auckland City e Al-Ahli, em setembro, na chamada Challenger Cup da Fifa. Agora, a equipe encara o maior desafio de sua história: tentar superar o Flamengo, atual campeão da Libertadores e do Brasileirão, por uma vaga na final contra o PSG.

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