O Criciúma e os torcedores que lotaram o Heriberto Hulse na tarde deste domingo nada têm a ver com erros de arbitragem. Por isso, a vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo, dentro de casa, foi tão comemorada pelos catarinenses. Em mais um passo contra o rebaixamento, o Criciúma ficou em situação mais confortável para a última rodada do Campeonato Brasileiro. Sem pretensões na tabela, o Tricolor lamentou o pênalti marcado no primeiro minuto de jogo.
O lance decisivo do jogo ocorreu antes do primeiro minuto, quando o árbitro Francisco Carlos Nascimento marcou pênalti de Lucas Evangelista em Sueliton. Antes, porém, o lateral do Criciúma estava 1,82m impedido, de acordo com o tira-teima. A assistente Katiúscia Berger Mendonça não marcou a posição irregular.
No fim do jogo, um susto. Um torcedor passou mal nas arquibancadas e teve de ser atendido em campo. Rapidamente, foi levado para a ambulância.
O resultado levou o Criciúma aos 46 pontos, precisando apenas de um empate na última rodada, contra o Botafogo, domingo que vem, no Maracanã, para se livrar do rebaixamento. Sonolento, o Tricolor se manteve com 50 pontos, e encerra sua participação contra o Coritiba, em Itu, no próximo domingo.
Erro abre placar, e Tricolor não reage
A escalação alternativa proposta por Muricy teve seu preço cobrado logo aos 30 segundos de jogo ? após um erro grave da arbitragem. Improvisado na lateral esquerda, Lucas Evangelista errou na marcação e não conseguiu marcar Sueliton. Impedido, o lateral do Criciúma invadiu a área e sofreu pênalti de Lucas.
O gol de Wellington Paulista antes do primeiro minuto incendiou o já quente Heriberto Hulse, mais uma vez lotado para apoiar o Tigre. A equipe treinada por Argel Fucks teve o que faltou no Tricolor: objetividade. Comandado por Lins, o ataque catarinense confundiu a defesa são-paulina nos primeiros 15, 20 minutos.
Depois disso, o São Paulo teve maior posse de bola - no fim do primeiro tempo, a vantagem chegou aos 72% contra 28% dos rivais. Os passes trocados pelos zagueiros e na linha intermediária, porém, pouco ajudaram. Com Ganso tímido, o trio formado por Osvaldo, Welliton e Luis Fabiano mal apareceu. Os atacantes tiveram de se movimentar mais, e só assim o Tricolor criou algumas chances. Mas nada que assustasse o goleiro Galatto.
Posse não ganha jogo
A diferença de espírito entre Criciúma e São Paulo foi clara no segundo tempo. Os catarinenses se resguardaram na defesa, mas foram incisivos a cada oportunidade de contra-ataque. Principalmente depois que Lins, com uma torção no joelho esquerdo, foi substituído pelo rápido Fabinho. Pelo lado esquerdo do ataque, ele deu trabalho aos perdidos Douglas e Rodrigo Caio.
O Tricolor, mais uma vez, controlou a posse de bola e a teve por aproximadamente 70% do tempo. Mesmo assim, não houve criação. Quando Ganso saiu para a entrada do volante João Schmidt, nada melhorou. Isolados, Osvaldo, Luis Fabiano e Aloísio (que substituiu Welliton) tocavam, tocavam, e não saíam da marcação dos defensores do Tigre.
A entrada de Ademilson, normalmente titular, também não ajudou. Sem qualquer capacidade de quebrar a marcação do Criciúma, o Tricolor terminou o jogo tocando a bola de um lado para outro. Melhor para o Tigre, que venceu mais uma batalha contra a degola e está a um passo de garantir a permanência na Série A.