Nesta quinta-feira (1), o Corinthians poderia ter vencido o Cerro Porteño, do Paraguai, no Pacaembu, sem passar por apuros. Mas não foi assim. O time do técnico Mano Menezes abriu 2 a 0 no placar, levou o primeiro gol aos 35min do segundo tempo e sofreu para manter a vitória.
O atacante Ronaldo abriu o caminho para a vitória de sua equipe sobre o Cerro Porteño, por 2 a 1. Chicão ampliou em cobrança de falta, e Julio dos Santos descontou.
Com o resultado, o Corinthians recuperou a liderança isolada do grupo 1, com 10 pontos ganhos, e poderá garantir a sua vaga já na próxima rodada. O adversário do dia 14 de abril, no Uruguai, será o Racing, segundo colocado com 7 pontos. Já o Cerro Porteño soma apenas um e está virtualmente eliminado. Visitará o Independiente Medellín na semana que vem.
O Corinthians ainda ganha ânimo para buscar um lugar nas semifinais do Campeonato Paulista. Na quinta colocação do Estadual, o time de Mano Menezes enfrentará o Ituano neste domingo, em São José do Rio Preto, torcendo por tropeços de Grêmio Prudente e São Paulo.
O jogo
O Corinthians entrou em campo com jaquetas vermelhas, em sinal de engajamento na campanha de combate à Aids promovida pelo cantor Bono Vox. A novidade fez alguns torcedores brasileiros se confundirem. Alguns acharam que aquele era o time do Cerro Porteño e chegaram a vaiar.
Logo, no entanto, a festa começou. Com balões e fogos de artifício (também com cores vermelha e até verde), o Corinthians foi recepcionado com animação pelo público presente - muita gente ainda não estava no estádio naquele momento, pois o jogo foi marcado para as 19h15. O verdadeiro Cerro Porteño subiu no gramado pouco depois.
Quando a partida começou, o Cerro não se comportou como visitante. A situação desesperadora na tabela de classificação fez com que os paraguaios buscassem o ataque já nos primeiros minutos. Enquanto a torcida corintiana ainda recolhia o maior bandeirão do mundo nas arquibancadas, aos 3min, Roberto Nanni escorou um cruzamento de primeira e assustou o goleiro Rafael Santos.
O Corinthians tentou controlar a partida com muita troca de passes no meio-campo, embora o trio de volantes formado por Ralf, Jucilei e Elias não demonstrasse a mesma precisão do clássico contra o São Paulo. Os laterais Roberto Carlos e Moacir decidiram encurtar o caminho para o gol com chutes de longa distância, a maioria deles para fora.
As duas melhores oportunidades criadas pelo Corinthians, no entanto, foram em velocidade: Elias e Dentinho esbarraram no goleiro Diego Barreto quando driblaram em direção à área. Pelo alto, Jucilei foi o jogador mais acionado na primeira etapa, mas também não levava perigo com as suas cabeçadas.
Diante do ímpeto do Corinthians, restava ao Cerro Porteño se contentar com os contra-ataques. Pablo Zeballos lutava bastante por cada bola que recebia. Tanto que precisou trocar a camisa rasgada por uma nova. Aos 31min, Rafael Santos quase colaborou com os paraguaios ao vacilar em uma finalização de Ernesto Cristaldo. Alguns corintianos se lembraram das falhas contra o São Paulo e ofenderam o novato.
Mas logo a torcida ganhou um motivo para vibrar. Aos 36min, Moacir fez boa jogada pela direita e cruzou com efeito. Diego Barreto se esforçou para evitar o gol. A bola sobrou para Ronaldo, sumido em campo até então, completar para as redes com um toque sutil. Foi o terceiro gol do atacante em 2010, o segundo sobre o Cerro Porteño.
Já no início do segundo tempo, o Corinthians tirou proveito da vantagem no marcador para administrar a partida. Não abdicou do ataque, como quando vencia o mesmo Cerro Porteño no Paraguai, mas conseguiu conter a maioria das investidas dos paraguaios. O técnico Pedro Troglio reagiu e trocou Jorge Núñez por Julio César Irrazábal. Não adiantou.
Pouco depois da alteração do Cerro Porteño, o Corinthians ampliou. Chicão cobrou falta com perfeição, no ângulo, aos 18min: o goleiro adversário e a bola foram parar dentro do gol. Animado pelo placar favorável, o time comandado por Mano Menezes passou a pressionar os paraguaios. Entre os torcedores, até os mais comportados pulavam e cantavam na área VIP do Pacaembu.
Pedro Troglio gastou as suas últimas cartadas na Libertadores: Sebastián Ereros e Luis Henrique Cáceres entraram nos lugares de Roberto Nanni e Jorge Núñez. Funcionou. Aos 35min, o Cerro Porteño conseguiu silenciar momentaneamente os brasileiros quando Pablo Zeballos ajeitou a bola para Julio dos Santos chutar rasteiro e descontar.
Os paraguaios esboçaram uma pressão nos minutos de finais da partida. Mano Menezes respondeu com a mudança de sua dupla de ataque. Jorge Henrique e Iarley substituíram Dentinho e Ronaldo, que não produziu muito depois de marcar o seu gol. Mesmo assim, o Fenômeno fez as pazes com a torcida ao sair aplaudido de campo.