O Corinthians anunciou, por meio de comunicado interno que a Gazeta Esportiva teve acesso, que reduzirá em até 70%, provisoriamente, o salário de seus funcionários que recebem acima de R$ 3 mil. A jornada de trabalho e o pagamento do vale refeição também vão sofrer cortes na mesma proporção. Informações do site Terra
O clube se compromete a manter os benefícios de assistência média, odontológica e vale alimentação. Quem tem direito a vale transporte migrará para a modalidade de teletrabalho (home-office) e não receberá o auxílio, temporariamente.
A medida deve atingir prioritariamente aqueles empregados que estão sem trabalhar devido a paralisação das disputas esportivas e do fechamento das áreas do clube, como Parque São Jorge, Arena Corinthians e CT Joaquim Grava.
A reportagem apurou que a diretoria alvinegra pretende impor uma condição diferenciada para quem estiver executando sua atividade profissional. Estes casos serão negociados individualmente e o corte deve ser de 50%, ou seja, 20% menor.
O acordo entrará em vigor na próxima sexta-feira, 1º de maio, e vai até o último dia do mês, a princípio. A prorrogação pode acontecer por mais 30 dias, em caso de necessidade, como também o novo acordo pode ser suspenso imediatamente, se as atividades forem retomadas.
O Corinthians se compromete a trabalhar junto aos sindicatos e órgãos competentes para que os funcionários recebam o Benefício Emergencial, pago pelo Governo Federal e que remete a uma tabela proporcional da jornada de trabalho com o seguro desemprego.
O pagamento do Benefício Emergencial é realizado 30 dias após a celebração do acordo. Portanto, os funcionários devem ter a valores depositados apenas no início de junho, no cenário mais otimista.
Antes de definir as reduções, o Corinthians antecipou férias coletivas e individuais para o mês de abril, assim como a compensação de banco de horas. A manutenção do isolamento social por conta da pandemia do coronavírus, no entanto, levou o clube a esta atitude mais drástica.
Tudo foi feito com anuência do Sindesporte (Sindicato dos Empregados de Clubes Esportivos e em Federações, Confederações e Academias Esportivas no Estado de São Paulo) e do Sinpefesp (Sindicato dos Profissionais de Educação Física de São Paulo e Região). A Gazeta Esportiva também teve acesso a estes documentos.
O Corinthians entende que o cenário é preocupante, mas acredita que dessa maneira pode evitar demissões em massa e prejudicar ainda mais seus funcionários.
Sem o futebol, o clube perdeu 70% da receita de cotas de TV, patrocinadores também suspenderam os pagamentos, sem contar a receita com bilheteria, que era destinada às parcelas referentes à Arena.
Apesar do período de férias do elenco profissional de futebol terminar dia 31 do mês vigente, na próxima sexta, a diretoria corintiana não acredita que o trabalho poderá ser retomado na sequência, haja vista o crescimento nos casos de Covid-19.
Na última semana, o presidente Andrés Sanchez chegou a revelar o valor da folha de salário do time e não escondeu sua preocupação com a situação. Por ora, no entanto, o elenco ainda não foi comunicado sobre corte em salários.