Como já era de se esperar, Marta vai para o jogo contra a Itália. Depois de atuar 45 minutos na derrota para a Austrália, a craque brasileira começará novamente no último jogo do Grupo C da Copa do Mundo - um empate classifica a Seleção para as oitavas de final e até uma derrota pode servir. Com informações do Globo Esporte.
Não significa, no entanto, que ela possa atuar o jogo todo. Tudo vai depender de como ela se sentir e, claro, do que a partida vai exigir.
- Estou pronta para jogar. Quanto tempo a gente vai ter que sentir no decorrer de tudo isso. A vontade é e estar dentro do jogo e ajudar o máximo possível e ver quantos minutos dá para jogar - disse a camisa 10, em entrevista coletiva na véspera do duelo, em Valenciennes.
- Obviamente ela sai jogando. O tempo vai depender da intensidade dela. Não dá para prever. Atletas que tiveram lesão estamos tomando cuidado para prolongar o máximo possível. Esperamos que ela possa jogar um pouco mais (que 45 minutos). No intervalo vamos conversar e saber como está. Não vamos fazer nenhum tipo de loucura - completou Vadão.
O tema sobre as condições de Marta foi longe. Emily Lima, a antiga treinadora, citou em entrevista recente ao site ''Uol'' que não levaria a camisa 10 se ela não estivesse 100% recuperada. A jogadora respondeu quando questionada sobre isso.
- Foi uma declaração sem conhecimento nenhum. Sem dúvida alguma não estava acompanhando o meu trabalho no meu time. O Orlando Pride fez seis jogos antes da liberação para as seleções. Joguei todos os 90 minutos. Foi uma declaração sem conhecimento. Mas já esperava isso dela, pois sempre que tem a oportunidade ataca no sentindo de desmerecer um trabalho que a gente procura fazer com respeito.
- Eu estou bem. Quando você fica sem treinamento intensivo sente. Mas acho que vocês puderam sentir a minha vontade, a minha garra e meu desempenho. E tenham certeza que independentemente de ter perdido alguns treinos estou procurando sempre estar bem fisicamente - contou a rainha de 33 anos.
Andressinha no lugar de Formiga
O Brasil tem um desfalque confirmado: Formiga, suspensa por dois cartões amarelos. Em seu lugar jogará Andressinha, nome confirmado pro Vadão na coletiva, fazendo o "segundo elemento do meio-campo".
- É difícil substituir a Formiga. Ela tem uma leitura de jogo que poucas no mundo têm. Sabe o momento de antecipar, afastar, empurrar a equipe na marcação. Tem comando, liderança e leitura realmente impressionantes. As mais jovens ficam impressionadas com a capacidade dela. Vai fazer falta indiscutivelmente, mas estamos confiantes em cima disso. É uma substituição obrigatória, esperamos que não seja sentida e que ela esteja no próximo jogo - opinou Vadão.
- A Formiga é insubstituível. Ela é diferente, de outro planeta, os números não escondem. Tem uma longevidade fora de série. A gente perde, mas ao mesmo tempo damos oportunidade a atletas que estão com sangue nos olhos. Estou confiante de que vamos dar conta e buscar essa classificação contra uma equipe que está crescendo devido ao desenvolvimento que está acontecendo no seu país - afirmou Marta.
Igualdade
Marta subiu o tom ao pedir por igualdade de gênero na comemoração de seu gol contra a Austrália e também em entrevista ao "Fantástico" no último domingo. Ela reforçou o coro na coletiva.
- São oportunidades que a gente precisa agarrar com unhas e dentes. Sempre defendi muito a igualdade em todas as minhas falas. Faço isso desde o momento que decidi praticar esse esporte e quero passar para as meninas essa luta. Buscar sempre o desenvolvimento. Significa uma oportunidade de estar sempre lutando em buscar do que acredita. Deixando não só dentro de campo, mas também fora um legado para que elas sigam.
- Cada uma faz seu manifesto da maneira que acredita. Estou à frente da campanha, mas não obrigo ninguém a tirar foto. Tem que ser algo espontâneo. A gente está sempre buscando. Esse também não é o momento de chegar e cobrar isso delas. Temos que estar focados no nosso trabalho. Há pessoas por trás me ajudando a isso chegar mais distante. Preciso estar focada aqui também - prosseguiu.
Futebol italiano
Sobre o adversário, Marta disse contar com a ajuda de Thaisa, meia do Milan.
- Ela volta e meia comenta sobre como está o desenvolvimento do futebol feminino na Itália. Joga lá e deve permanecer por algumas temporadas. Estamos sempre perguntando como ela está lá, apontando alguma outra atleta que tem se destacado. Nosso foco é na equipe inteira, a gente sabe que vai ser um jogo difícil, mas estará preparada.
Derrota para Austrália
Vadão foi perguntado sobre a mudança de postura do Brasil do primeiro tempo para o segundo (vencia e cedeu a virada) diante da Austrália, pela segunda rodada.
- Eu não senti um desequilíbrio emocional no segundo tempo. Senti mudança brusca de característica. Ter uma Formiga e Marta, ter que tirar no segundo tempo? Você perde duas atletas de nível. Não houve desequilíbrio. O time estava ajustado, acertado. Fizemos um primeiro tempo perfeito, tentamos nos arrumar da mesma forma, só que com características diferentes.