O calor extremo promete ser um obstáculo tão grande quanto os próprios adversários na Copa do Mundo de Clubes 2025. Com previsão de um dos verões mais quentes da história dos Estados Unidos, 37 das 63 partidas do torneio acontecerão à tarde, entre 12h e 18h no horário local, quando o sol estará no auge e as temperaturas devem ultrapassar facilmente os 32°C.
O Fluminense é o clube brasileiro mais exposto às condições climáticas, com duas partidas agendadas para o horário crítico: contra o Borussia Dortmund às 12h em Nova Jersey, e diante do Mamelodi Sundowns às 15h em Miami. Palmeiras, Flamengo e Botafogo também enfrentarão o calor em suas estreias.
Risco real à saúde
De acordo com especialistas, partidas sob altas temperaturas elevam o risco de câimbras, desidratação, tontura e até desmaios, como ocorreu na última Copa América, também nos EUA, quando um árbitro assistente desabou no gramado. A NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica) prevê ondas de calor especialmente na Costa Leste, onde ficam nove das 11 sedes.
Para o pesquisador Douglas Casa, da Universidade de Connecticut, medidas mais eficazes são urgentes. Ele sugere pausas mais longas para hidratação, uso de toalhas geladas e aumento no número de substituições. A FIFPRO, entidade global que representa os jogadores, defende até a remarcação de jogos se a “temperatura do globo úmido” (WBGT) ultrapassar 32°C, índice que considera não apenas a temperatura, mas também umidade e radiação solar.
Prevenção em foco
A Fifa já estuda formas de minimizar os impactos do calor com equipes médicas e técnicos especializados acompanhando as delegações. Cada time terá três dias de descanso entre as partidas e poderá contar com substituição extra em caso de prorrogação. Mesmo assim, os efeitos do clima geram preocupação também para a Copa do Mundo de 2026, que ocorrerá na mesma época.
O técnico da seleção inglesa, Thomas Tuchel, já anunciou uma preparação especial para o clima, com treinos em Miami. “Sofrer será uma das manchetes desta Copa”, afirmou o treinador, que vê o Mundial de Clubes como uma prévia das dificuldades que a temperatura trará no torneio de seleções.
Com ou sem bola rolando, o calor extremo promete ser um dos protagonistas deste grande espetáculo do futebol mundial.